Chefe da Crimeia diz que serviço para ajudar mobilização de Putin é firmado
Para Sergey Aksenov, a independência e o futuro do país dependem do desenvolvimento da operação militar especial
Sergey Aksenov, o chefe da Crimeia indicado pela Rússia, disse que um escritório foi estabelecido para ajudar na mobilização parcial declarada pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Aksenov disse que “o governo, ministérios e departamentos da república estão trabalhando em contato direto com o comando das forças armadas russas”.
“Entendemos que são tempos difíceis; no entanto, a independência e o futuro do nosso país dependem do desenvolvimento da operação militar especial, onde nos opomos a toda a OTAN”, disse ele, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Todas as tarefas relacionadas à prontidão de mobilização, de acordo com o decreto do presidente, serão implementadas integralmente na Crimeia. Todos os contatos e endereços daqueles que potencialmente cumprirão as tarefas militares são bem conhecidos”, disse Aksenov à televisão estatal russa.
Outro funcionário da Crimeia afirmou que o governo de Kiev é “bárbaro” e que o Ocidente está tentando “dividir” a Rússia. Essa afirmação ocorre depois que a contraofensiva da Ucrânia nas regiões sul e leste revelou um local de enterro em massa em Izium.
Mikhail Razvozhaev, governador da cidade de Sebastopol, na Crimeia, disse que “a política de intimidação e terror do regime de Kiev está tomando formas cada vez mais terríveis e bárbaras. O objetivo do Ocidente é enfraquecer, dividir e destruir a Rússia”.
“Os chefes das regiões foram instruídos a fornecer apoio total aos escritórios de registro e alistamento militar. Começamos a cumprir essa ordem”, disse Razvozhaev.
Nesta quarta-feira (21), Vladimir Putin anunciou uma mobilização parcial de seus cidadãos.
“Para proteger nossa pátria, sua soberania e integridade territorial, para garantir a segurança de nosso povo e do povo nos territórios libertados, considero necessário apoiar a proposta do Ministério da Defesa e do Estado-Maior de realizar uma mobilização parcial na Federação Russa”, disse.
O decreto prevê a convocação de 300 mil cidadãos. De acordo com ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a convocação seria limitada àqueles com experiência como soldados profissionais e que estudantes e recrutas não seriam convocado.
Além disso, Putin apoiou um plano para anexar partes da Ucrânia, alertando o Ocidente que ele não estava blefando quando disse que estaria pronto para usar armas nucleares para defender a Rússia. As regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, vão realizar referendos entre os dias 23 e 27 de setembro sobre a adesão dos territórios ao país.
Biden critica Putin na Assembleia-Geral da ONU
Na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidos, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden falou sobre discurso de Putin anunciando uma mobilização parcial imediata de cidadãos russos e fazendo uma ameaça nuclear velada: “O presidente Putin fez ameaças nucleares abertas contra a Europa e um desrespeito imprudente pelas responsabilidades de um regime de não proliferação. Agora, a Rússia está convocando mais soldados para se juntar à luta, e o Kremlin está organizando um referendo falso para tentar anexar partes da Ucrânia – uma violação extremamente significativa da carta da ONU”.
Além disso, o presidente americano atribuiu diretamente a culpa pela crise global de alimentos à Rússia, acusando o país de “bombear mentiras” sobre as sanções ocidentais em meio à guerra na Ucrânia.
“A Rússia está espalhando mentiras, tentando colocar a culpa da crise nas sanções impostas por muitos no mundo pela agressão contra a Ucrânia. Então deixe-me ser perfeitamente claro sobre uma coisa: nossas sanções permitem explicitamente à Rússia a capacidade de exportar alimentos e fertilizantes. Sem limitação”, disse.