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    Mundo não deixará Putin usar armas nucleares, diz Zelensky

    Presidente concedeu entrevista à TV alemã BILD horas depois do líder russo anunciar uma mobilização militar parcial

    Kirsti KnolleMatthias Williamsda Reuters

    O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta quarta-feira (21) que não acredita que o mundo permitirá que Vladimir Putin use armas nucleares e prometeu continuar com a libertação do território ucraniano capturado pelas forças russas.

    Zelensky falou à TV alemã BILD em uma entrevista publicada horas depois que o presidente russo anunciou uma mobilização militar parcial e alertou que Moscou responderá ao que chamou de “chantagem nuclear” do Ocidente.

    Foi a primeira mobilização da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial e representou a maior escalada da guerra na Ucrânia desde a invasão de Moscou em fevereiro.

    “Não acredito que ele [Putin] usará essas armas. Não acho que o mundo permitirá que ele use essas armas”, disse Zelensky, segundo um texto publicado pelo jornal.

    A Ucrânia recapturou partes de seu território após uma contraofensiva relâmpago nas últimas semanas, causando baixas crescentes às tropas russas.

    A mobilização de Putin veio em resposta aos fracassos da Rússia no campo de batalha, disse Zelensky.

    “Ele vê que suas unidades estão simplesmente fugindo”, afirmou Zelensky, acrescentando que Putin “quer afogar a Ucrânia em sangue, incluindo o sangue de seus próprios soldados”.

    Zelensky também rejeitou os planos de quatro regiões da Ucrânia ocupadas pelos russos de realizar referendos de 23 a 27 de setembro sobre adesão à Rússia, dizendo se tratar de uma “farsa” que não será reconhecida pela maioria dos países.

    Putin mobiliza 300 mil reservistas

    Vladimir Putin anunciou nesta quarta-feira (21) uma mobilização parcial de seus cidadãos. “Para proteger nossa pátria, sua soberania e integridade territorial, para garantir a segurança de nosso povo e do povo nos territórios libertados, considero necessário apoiar a proposta do Ministério da Defesa e do Estado-Maior de realizar uma mobilização parcial na Federação Russa”, disse.

    O decreto prevê a convocação de 300 mil cidadãos. De acordo com ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a convocação seria limitada àqueles com experiência como soldados profissionais e que estudantes e recrutas não seriam convocado.

    Os voos para sair da Rússia dispararam – tanto em preço quanto em vendas – rapidamente nesta quarta-feira (21), após o anúncio de Putin.

    Além disso, Putin apoiou um plano para anexar partes da Ucrânia, alertando o Ocidente que ele não estava blefando quando disse que estaria pronto para usar armas nucleares para defender a Rússia. As regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, vão realizar referendos entre os dias 23 e 27 de setembro sobre a adesão dos territórios ao país.

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