TCU vai selecionar urnas para checar informações emitidas para o TSE
Vias impressas dos boletins serão buscadas nas seções eleitorais por auditores da corte de contas
O Tribunal de Contas da União (TCU) selecionará, aleatoriamente, 4.161 urnas eletrônicas em operação no dia da votação para analisar os boletins de urna, documento emitido em cada seção eleitoral após a conclusão da votação, informou o Tribunal Superior Eleitoral.
A ação funcionará assim: vias impressas dos boletins serão buscadas nas seções eleitorais por auditores do TCU, que estarão nas capitais dos estados e no Distrito Federal, para que possam comparar a informação do documento físico com a disponibilizada pelo TSE na rede.
De acordo com informações do tribunal eleitoral, o TCU dará ciência ao TSE da amostra selecionada após a conclusão dos procedimentos de totalização e recebimento dos respectivos dados. Com essa ação, o TCU atestará que a informação exposta ao público na seção eleitoral é a mesma que é totalizada pelo TSE e que compõe o resultado final da eleição.
Na prática, qualquer interessado poderá ir às seções eleitorais e somar livremente os BUs de uma urna específica, de dez, de trezentas ou de todas as urnas.
As Forças Armadas, por exemplo, pretendem fazer uma checagem própria sobre a totalização dos votos das eleições presidenciais deste ano. Segundo relatos feitos à CNN, o objetivo de técnicos militares é fazer uma checagem com uma amostragem de pelo menos 385 boletins de urnas.
O TSE informou que os militares não terão acesso diferenciado aos boletins das urnas eletrônicas.
O Boletim de Urna (BU) contém informações dos dados registrados na urna eletrônica como total de votos por partido; total de votos por candidato; total de votos nulos e em branco; total de comparecimento em voto; identificação da seção e da zona eleitoral; hora do encerramento da eleição; código interno da urna eletrônica; e sequência de caracteres para a validação do boletim.
Tradicionalmente afixado na porta da seção eleitoral, nas eleições deste ano, o boletim também estará ao alcance de todo e qualquer interessado na internet.
O Tribunal também irá fornecer esse serviço logo após o fechamento das urnas. Em anos anteriores, os boletins eram publicados na internet em até três dias depois da votação.
Sem riscos
Em julho, conforme a CNN mostrou, o TCU reafirmou a segurança do processo eleitoral brasileiro. Segundo a Corte, não foram identificados até o momento riscos relevantes à realização das eleições em 2022.
O relatório apontou que testes bem-sucedidos foram realizados nos procedimentos previstos nos planos de contingência e que a equipe do TCU pôde observar in loco algumas das situações descritas ao acompanhar a eleição suplementar de Agudos do Sul (PR), realizada em abril deste ano.
Além disso, o TCU também participou do teste público das urnas e atestou que não houve risco à integridade dos aparelhos e do sistema de votação.