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    Inep aponta piora em todos os níveis da educação básica devido à pandemia

    Dados foram divulgados nesta sexta-feira (16); pesquisa analisou o desempenho de mais de 5 milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio

    Sala de aula
    Sala de aula CNN

    Giovanna InoueGabriela Bernardesda CNN em Brasília

    O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta sexta-feira (16), o resultado do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2021, que revelou uma diminuição na média de aprendizado em todas as séries avaliadas.

    O Saeb é um conjunto de avaliações externas em larga escala que reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelos estudantes avaliados, permitindo um diagnóstico da educação básica brasileira.

    A pesquisa é realizada de dois em dois anos. Participam alunos do 2º, 5º, 9º ano e dos três anos do Ensino Médio.

    O resultado do Saeb é um indicativo da qualidade do ensino brasileiro, e a diminuição da média, comparada com a edição anterior, é um recorte do efeito da pandemia na educação. Em 2021, foram avaliadas 72 mil escolas públicas e privadas brasileiras, com aproximadamente 5,3 milhões de estudantes.

    A maior queda de desempenho aconteceu com alunos do 2º ano do ensino fundamental, na disciplina de língua portuguesa. Em 2019, a média registrada entre os estudantes foi de 750 pontos; já em 2021, a média caiu para 725,5. Já em matemática, a média foi de 750 para 741, 9 pontos. As menores médias foram registradas no Pará (5º ano), Maranhão (9º ano), Acre e Tocantins (2º ano) e Amazonas (ensino médio).

    O Ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou que o MEC previu o impacto que a pandemia causaria no ensino básico e criou ações para enfrentar os problemas.

    “Essas perdas são decorrentes, tanto do longo período de escolas fechadas, como também de dificuldades históricas dos nossos sistemas educacionais”, disse. Segundo o Inep, um dos impactos importantes já identificados nas duas últimas edições do Censo Escolar foi o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021, quando comparadas com o período pré-pandemia (2019).

    No ensino fundamental, o percentual de aprovados passou de 91,7%, em 2019, para 98,4%, no primeiro ano da pandemia (2020). Em 2021, a taxa caiu para 96,3% (ainda 4,6 pontos percentuais acima do registrado em 2019). Já no ensino médio público, a aprovação passou de 84,7%, em 2019, para 94,4% em 2020. O percentual foi reduzido para 89,8% em 2021.

    O aumento da taxa de aprovação, conforme os dados, se deve aos ajustes do Conselho Nacional de Educação (CNE) nos critérios de aprovação da educação básica durante a pandemia pelo prazo de dois anos. No período, houve adoção do “continuum curricular”, o que, na prática, resultou na não reprovação dos estudantes.

    Cautela nas análises

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (16), o diretor-executivo do Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho, afirmou que é preciso ter cautela ao analisar os resultados. “Isso porque a aplicação das provas no ano de 2021 se deu em meio a um contexto fortemente impactado pela pandemia e que causou uma série de distorções atípicas, que não vinham sendo, portanto, observadas em outras edições”, explicou.

    Segundo o especialista, os dados “demandam um olhar muito cuidadoso, principalmente no que diz respeito às comparações entre as redes; dizer quem subiu mais, quem regrediu. Porque, de novo, o contexto trouxe uma série de questões atípicas que influenciam nessa análise”.

     

    *Com produção de Ludmila Candal, da CNN