Rússia realiza exercícios militares no mar Ártico em frente ao Alasca
Rússia vê seu vasto território ártico como um interesse estratégico vital e vem desenvolvendo suas capacidades militares na região há anos
Submarinos russos movidos a energia nuclear dispararam mísseis de cruzeiro no Ártico, nesta sexta-feira (16), como parte de exercícios militares projetados para testar a prontidão de Moscou para um possível conflito em suas águas geladas do Norte, disse o Ministério da Defesa.
Os exercícios, denominados Umka-2022, ocorreram no Mar de Chukchi, um trecho oriental do Oceano Ártico que separa a Rússia do estado norte-americano do Alasca.
A Rússia vê seu vasto território ártico como um interesse estratégico vital e vem desenvolvendo suas capacidades militares na região há anos, despertando alarmes no Ocidente.
O Ministério da Defesa da Rússia disse, nesta sexta-feira, que dois submarinos movidos a energia nuclear – Omsk e Novosibirsk – dispararam mísseis de cruzeiro antinavio do Mar de Chukchi, atingindo alvos a uma distância de 400 quilômetros.
A pasta publicou um vídeo nas redes sociais que mostrava os mísseis sendo lançados de navios situados em pontos da Rota do Mar do Norte – um canal de transporte comercial que a Rússia está promovendo como uma opção alternativa para navios de carga que viajam entre a Europa e a Ásia.
Moscou deu continuidade a um programa de exercícios militares de alto nível, mesmo quando a maior parte de suas forças terrestres está engajada na guerra na Ucrânia.
No início deste mês, o país realizou jogos de guerra em escala reduzida no Extremo Oriente russo, com a participação de cerca de 50.000 soldados.
Esses exercícios ocorreram no momento em que uma contraofensiva ucraniana relâmpago que forçou as tropas russas a abandonar faixas de território na região Leste de Kharkiv, na Ucrânia, estava em andamento.
O Ministério da Defesa disse que os exercícios do Ártico desta semana foram um teste da “capacidade e prontidão da Rússia para defender o Ártico russo por meios militares”.
Além dos lançamentos de mísseis de submarinos movidos a energia nuclear, o sistema de mísseis costeiros “Bastion” da Rússia também disparou mísseis contra alvos marítimos a uma distância de 300 quilômetros da península de Chukchi – o território mais oriental da Rússia.
A militarização da região do Ártico pela Rússia causou inquietação nas capitais ocidentais, em outras nações do Ártico e entre grupos ambientalistas. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse no mês passado que o aumento militar da Rússia no Ártico representava um “desafio estratégico” para a aliança da Otan.
(Edição de Guy Faulconbridge)