Maioria diz temer agressão física por escolha política ou partidária, diz pesquisa
Estudo divulgado nesta quinta (15) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade traz panorama do cenário político no país
Segundo estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) divulgado nesta quinta-feira (15), 67,5% dos entrevistados afirmam ter medo de serem agredidos fisicamente em razão de suas escolhas políticas ou partidárias.
Ao serem questionados se sofreram ameaças por motivos políticos no mês anterior à pesquisa, 3,2% dos entrevistados afirmaram que sim. Os dados do levantamento “Violência e Democracia: panorama brasileiro pré-eleições de 2022” foram coletados pelo Instituto Datafolha com 2.100 pessoas entre os dias 3 e 13 de agosto.
Isabelle Rodrigues, porta-voz da Raps, ressalta que “faz parte do regime democrático o direito de expressarmos nossas posições políticas”. Para ela, “quando a população tem medo [de se expressar], temos um direito que está sendo tolhido. Isso é muito grave”.
Democracia
Quase 90% dos entrevistados concordam que o candidato que vencer as eleições presidenciais deste ano deve ser empossado em 1º de janeiro de 2023, como previsto pela Constituição. Cerca de 89,3% concordam que “o povo escolher seus líderes em eleições livres e transparentes é essencial para a democracia”.
Segundo Isabelle, os dados acima indicam que “grande parte da população brasileira confia no sistema eleitoral e não está disposta a abrir dos seus direitos políticos”.
Índice de propensão à democracia
O índice de propensão à democracia, desenvolvido de maneira inédita nesta pesquisa, buscou identificar, de forma agregada, o quanto as pessoas estão dispostas a apoiar valores democráticos, como respeito às instituições e leis instituídas, separação dos poderes, deveres e direitos dos poderes públicos, processo eleitoral, liberdade individual e direitos humanos.
A média do índice — que varia de 0 (rejeição máxima à democracia) a 10 (propensão máxima) — foi de 7,25, considerada alta. “Há espaço para criarmos políticas públicas, fortalecer direitos e permitir que haja uma participação efetiva dos cidadãos na democracia”, concluiu Isabelle.