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    Cantor R. Kelly é condenado por várias acusações de pornografia infantil

    Dois ex-funcionários do músico norte-americano foram absolvidos

    Sonia Mogheda CNN*

    O cantor R. Kelly foi condenado por várias acusações de pornografia infantil, nesta quarta-feira (14), em um julgamento federal em Chicago, nos Estados Unidos.

    Kelly foi considerado culpado por três das quatro acusações de produção de pornografia infantil e três das cinco acusações de aliciamento de menor para se envolver em atividade sexual criminosa.

    Ele foi absolvido em uma acusação de conspiração para obstruir a justiça e conspiração para receber pornografia infantil, bem como duas acusações de receber pornografia infantil.

    Jennifer Bonjean, advogada de Kelly, disse que seu cliente teve uma “sensação de alívio” por este caso ter ficado para trás, e sentiu que os promotores exageraram no caso contra ele. Bonjean declarou ainda que está considerando apresentar um recurso.

    “Se este júri concluísse que ele era culpado nas três primeiras acusações, eles se importariam o suficiente para considerar as evidências do resto? E eles demonstraram que sim. Eles fizeram o seu trabalho. Eles analisaram cada acusação separadamente”, expôs Bonjean fora do tribunal após o veredito.

    Em junho, Kelly foi condenado a 30 anos de prisão por um tribunal federal de Nova York por extorsão e acusações de prostituição. Esse julgamento amplificou as acusações que já perseguiam o cantor do sucesso vencedor do Grammy “I Believe I Can Fly” por duas décadas.

    Os jurados deliberaram por cerca de dez horas depois de ouvir três semanas de depoimentos. Entre eles está incluído os relatos de uma mulher que testemunhou anonimamente que Kelly abusou sexualmente dela quando tinha apenas 14 anos e gravou as relações.

    A mulher era uma das cinco menores que os promotores alegam que Kelly abusou sexualmente no final dos anos 1990 ao fazer vídeos explícitos com quatro delas.

    Dois ex-funcionários de Kelly foram absolvidos

    Os co-réus de Kelly, Derrel McDavid e Milton Brown, foram absolvidos de todas as acusações que enfrentaram.

    McDavid, ex-contador e gerente de negócios de Kelly, foi acusado de conspiração por receber pornografia infantil e obstrução de justiça. Brown, ex-assistente de Kelly, foi acusado apenas de conspiração por receber pornografia infantil. Ambos se declararam inocentes.

    Vadim Glozman e Beau Brindley, advogados de McDavid, elogiaram o veredito em um comunicado à CNN.

    “O júri encontrou o que sabíamos o tempo todo. O governo trouxe à tona um caso que nunca deveria ter sido feito. Foi baseado na palavra de mentirosos comprovados”, disseram os advogados. “Nós os expusemos na frente do júri e o júri tomou a decisão certa.”

    A CNN entrou em contato com os advogados de Kelly e Brown para posicionamento.

    Vítima depôs sobre abuso sexual

    Uma das testemunhas no julgamento, uma mulher de 37 anos, falou em tribunal federal sob o pseudônimo de Jane e testemunhou que Kelly começou a se envolver em atos sexuais com ela quando ela tinha 14 anos e teve relações sexuais com ela a partir dos 15. Eles fizeram sexo “centenas” de vezes antes dela completar 18 anos.

    Jane testemunhou que conheceu Kelly por meio de sua tia, Sparkle, que trabalhou e teve um relacionamento romântico com ele. Ela tinha 12 ou 13 anos quando conheceu o cantor.

    Na época, Jane viajou pelo mundo com um grupo cristão de hip-hop cujos membros eram primos dela. Os promotores pediram que ela não nomeasse o grupo para proteger sua identidade.

    Pouco depois de se conhecerem, Jane disse que começou a passar mais tempo com Kelly e Sparkle. Ela os assistia gravando músicas e conversavam sobre basquete com Kelly. Jane testemunhou que tinha 13 anos quando Sparkle sugeriu que deveria pedir a Kelly para desempenhar um papel maior em sua vida.

    A vítima testemunhou que o cantor se tornou seu padrinho, momento em que seus pais se sentiram à vontade para deixá-la passar a noite ou até o fim de semana em sua casa, sem a presença de responsáveis.

    “Eles praticamente me deixavam e depois iam embora”, afirmou. Ela tinha 14 anos quando seu relacionamento com Kelly se tornou sexual e que perdeu a virgindade com ele quando tinha 15.

    Quando o Departamento de Crianças e Serviços Familiares de Illinois começou a investigar uma alegação de que Kelly estava tendo um relacionamento sexual com Jane em abril de 2000, quando tinha 15 anos, ela testemunhou e negou o caso.

    Ainda negou aos investigadores da polícia de Chicago as relações sexuais.

    Jane, seus pais e Kelly se encontraram para uma reunião quando começaram a surgir relatos em 2002 sobre a existência de uma fita mostrando o casal envolvido em atos sexuais. Ela disse que Kelly admitiu a eles que estava tendo um relacionamento sexual com sua filha.

    Ela junto de seu pai receberam intimações para testemunhar perante um grande júri em 2002. Entretanto, antes de depor, teve uma conversa com Kelly sobre “lealdade” e “negar nosso relacionamento e a fita de sexo”. Jane revelou que mentiu na ocasião, quando negou ter um relacionamento sexual e aparecer nos vídeos.

    (*Com informações da Reuters)

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