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      Luiz Fux - Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça

      Luiz Fux possui graduação em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (1976), ensino fundamental (primeiro-grau) pelo Colégio A. Liessin (1965), ensino médio (segundo-grau) pelo Colégio Pedro II (1968) e ensino médio (segundo-grau) pelo Colégio Hélio Alonso (1970).

      Em 2009, obteve o título de Doutor em Direito Processual Civil pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ. Foi Professor titular de Processo Civil da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, aprovado em 1º lugar em concurso em 1995. Foi Professor Livre-Docente em Processo Civil da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, aprovado em 1º lugar em concurso em 1998.
      Em 1982, mediante aprovação em primeiro lugar, ingressou na carreira da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

      Em 2001, foi nomeado Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

      Em 10 de fevereiro de 2011, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, pela Presidente Dilma Rousseff, na vaga decorrente da aposentadoria do Ministro Eros Grau, tomando posse em 3 de março do mesmo ano.

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    2 anos no STF e no CNJ: prestando contas à sociedade

    O sonho e a honra se unem quando um juiz de carreira não só passa a integrar o Supremo Tribunal Federal, como mais expressivo se torna em sendo magistrado há mais de 40 anos passa a chefiar todo o Poder Judiciário na condição de presidente da Corte Suprema e do Conselho Nacional de Justiça. Depois de dois anos nesta missão, deixo o cargo em 12 de setembro de 2022 com a sensação de dever cumprido e com projetos realizados para melhoria da prestação da Justiça ao cidadão.

    Assumi no momento em que a pandemia de Covid-19 ainda assolava o mundo. A vacina, que nos ajudou a trilhar o caminho de volta à normalidade, ainda não havia chegado ao Brasil. O distanciamento social exigido naquele momento me separou fisicamente de meus pares, o que de certa forma prejudicou nossa convivência mercê de ter nos mantido unidos, entretanto, forçoso concordar que o “olho no olho” faz toda a diferença em qualquer tipo de relação.

    Não bastassem a pandemia e as questões inerentes a ela, os ataques ao Supremo e seus integrantes foram fatores inusitados na minha gestão na Presidência do STF. Claro que as decisões de uma Suprema Corte, por vezes, são controversas e alvo de críticas – e isso faz parte da essência do estado democrático de direito. Mas não se tratou de críticas apenas, e sim de uma tentativa de deslegitimação da Corte que, muito embora, tenha permanecido firme na defesa da Constituição.

    Disse em meu discurso de encerramento do mandato e repito: Daqui a algumas décadas, tenho a convicção de que as nossas e as próximas gerações, mais distanciadas das paixões que inebriam os nossos dias, olharão para trás e reconhecerão a atuação do Poder Judiciário em prol da estabilidade institucional da nação, da proteção dos direitos humanos e da guarda da democracia.

    Sobre os projetos realizados, o STF em minha gestão passou de 65% para 100% dos serviços prestados ao cidadão e à comunidade jurídica por meio eletrônico. Também foi a primeira Suprema Corte do mundo a institucionalizar a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, o que significou priorizar julgamentos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Mais de 95% dos casos julgados na minha Presidência se referiam a um dos ODSs que visam uma sociedade mais justa e igualitária, sempre com foco na preservação do meio ambiente e na redução das desigualdades.

    Em razão de um trabalho excepcional realizado pela equipe do STF no gerenciamento dos processos, o que envolveu inteligência artificial e cooperação com outros tribunais, houve um aumento de mais de 40% no julgamento de casos com repercussão geral – aqueles cujas decisões influenciam nas instâncias inferiores, o que afeta o cidadão em seu dia a dia. Graças a isso, mais de 300 mil processos foram resolvidos definitivamente pelos tribunais de segundo grau, deixando de ir desnecessariamente ao STF. Além disso, esse mesmo trabalho contribuiu para que tenhamos hoje o menor acervo em 27 anos, com 22 mil processos em trâmite no Tribunal.

    Também criamos um dos mais ambiciosos projetos de transparência da história do Supremo Tribunal Federal, o Programa Corte Aberta, por meio da qual uma equipe multidisciplinar de mais de 70 técnicos unificou e estruturou todas as nossas bases de dados processuais públicos e as disponibilizou ao cidadão brasileiro sob a forma de painéis estatísticos intuitivos e acessíveis. A monocratização das liminares foi substituída pelo referendo do Plenário Virtual Urgente.

    No Conselho Nacional de Justiça, a proteção dos direitos humanos, idealizado por meio do Observatório de Direitos Humanos do Poder Judiciário, tornou-se um canal aberto de diálogo com a sociedade. O Observatório do Meio Ambiente, também criado na minha gestão, é pioneiro no mundo na detecção de áreas de desmatamento e de regiões de demandas ambientais, tudo monitorado por plataformas digitais.

    Assim como no STF, o CNJ fomentou o acesso à Justiça Digital, por meio do “Programa Justiça 4.0”, que abrange um conjunto de ações e projetos que empregam o uso colaborativo de novas tecnologias, como o Juízo 100% Digital, já implantado em mais de 5.200 serventias judiciais, que leva a tramitação processual a um ambiente integralmente virtual, com expressiva redução de despesas no Judiciário, e o Balcão Virtual de atendimento ao público. Conforme o Justiça em Números de 2022, as despesas totais do Judiciário sofreram uma redução de 5,6% em 2021, correspondente a um gasto de R$ 6,2 bilhões menos do que em 2020.

    No STF e no CNJ visamos, nos últimos dois anos, a ampliação do acesso à justiça e de sua eficiência, bem como a concretização dos direitos humanos. Um Poder Judiciário forte precisa fazer a diferença na vida de cada cidadão, e foi por isso que trabalhamos incansavelmente.

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