Serviços crescem 1,1% em julho, terceira alta seguida, diz IBGE
Expectativa mediana do mercado apontava para uma variação mensal de 0,6%
Os serviços registraram variação de 1,1% na passagem de junho para julho, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (13). Trata-se da terceira alta seguida no indicador, que acumula ganho de 2,4% de maio a julho.
Em relação a julho do ano passado, o volume do setor cresceu 6,3%, na 17ª taxa positiva seguida por essa comparação.
A expectativa mediana do mercado apontava para uma variação mensal de 0,6% e para um avanço anual de 5,6%.
Com o resultado, o setor se encontra 8,9% acima do patamar pré-pandemia e 1,8% abaixo do seu nível mais alto, atingido em novembro de 2014, mostra a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
O movimento é explicado, principalmente, pelo dinamismo nos segmentos de serviços prestados a empresas, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
“Essa retomada de crescimento é bastante significativa e é ligada aos serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação e o de transporte de cargas, que têm um crescimento expressivo e alcançam, em julho, os pontos mais altos das suas respectivas séries”, diz o especialista em nota.
O resultado positivo foi disseminado por três das cinco atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para os transportes, com alta de 2,3%, e informação e comunicação, com avanço de 1,1%.
No terceiro mês seguido de taxas positivas, o setor de transportes acumula ganho de 3,9% nesse período, influenciado, principalmente, pelos bons resultados de atividades como gestão de portos e terminais e concessionárias de rodovias, destaca a pesquisa.
“O transporte como um todo foi beneficiado pelo escoamento de produção, carregamento de mercadorias e retomada do transporte de passageiros”, explica Luiz Almeida, analista da PMS, em nota.
Só o transporte de cargas, que acumula alta de 19,7% desde outubro do ano passado, avançou 1,2% em julho, e se encontra 31,7% acima do patamar pré-pandemia. Já o transporte de passageiros, outro destaque positivo, está 0,4% acima desse patamar.
“O transporte de cargas tem atingido recorde de patamar e o de passageiros vem mostrando uma melhora com a retomada dessas atividades principalmente relacionadas ao turismo, com as pessoas viajando mais e voltando a utilizar esses serviços”, diz.
Com alta de 0,6% em julho, os serviços prestados às famílias cresceram pelo quinto mês seguido, acumulando alta de 9,7% no período. Mesmo com os aumentos sucessivos, esse setor ainda se encontra 5,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020, mês que antecedeu os impactos da crise sanitária, explica o IBGE.
Os destaques desse setor em julho foram hotéis e restaurantes. “Acompanhamos uma retomada na busca por esses serviços ligados ao turismo, como podemos observar pelo aumento também no transporte aéreo. Além disso, também foi um mês de férias. Esse segmento vem diminuindo a distância em relação ao patamar pré-pandemia, mas segue abaixo dele”, destaca.
O IBGE destaca ainda que o setor de informação e comunicação, com o avanço de julho, conseguiu recuperar a variação negativa do mês anterior, quando registou queda de 0,2%.
“Esse avanço está ligado ao setor de tecnologia da informação, principalmente aos serviços de tecnologia da informação, que têm crescido muito e foram impulsionados inclusive durante a pandemia, quando as empresas tiveram que contratar serviços para suporte para o home office e a oferta de serviços on-line”.
Dentro desse setor, em julho, a consultoria em tecnologia da informação e portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação pela internet se destacaram, segundo Luiz Almeida.
Do lado das quedas, vem o segmento de outros serviços, que recuou 4,2%, após ter avançado nos dois meses anteriores. Rodrigo Lobo explica que esse resultado pode estar relacionado a mudanças no consumo das famílias.
O especialista explica que, na fase mais aguda da pandemia, a partir do segundo semestre de 2020 até meados do ano passado, os serviços financeiros auxiliares cresceram de maneira significativa.
“Nesse momento, havia um aumento da poupança das famílias de renda média e renda média alta, tendo em vista que elas diminuíam o consumo. Com a flexibilização das restrições, essas famílias passaram a utilizar uma parcela maior de sua renda no consumo de bens e serviços e uma muito menor na poupança”, diz.