À CNN, Bolsonaro defende PGR sobre arquivamento de investigação a empresários
CNN antecipou semana passada que o Ministério Público Federal (MPF) pretendia pedir o arquivamento do processo
Em entrevista exclusiva à CNN, nesta sexta (9), na cidade de Axixá, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o pedido da PGR para o arquivamento da investigação a oito empresários apoiadores do governo.
“A PGR faz a coisa certa. Você não pode investigar pessoas com notícia de jornal. Por alguém botou um emoji numa publicação de alguém. Você não pode viver o que alguns poucos países vivem pelo mundo onde todo mundo tem medo de opiniar alguma coisa, de falar. Tem que falar escondido atrás das portas. Nós vivemos a liberdade de expressão no Brasil. Havendo uma reeleição, vamos trazer todo mundo para dentro das quatro linhas da Constituição e voltarmos a viver em tranquilidade em nosso Brasil. A liberdade não tem preço”.
Na semana passada, após a divulgação do conteúdo da investigação contra empresários bolsonaristas, a CNN antecipou com exclusividade que o Ministério Público Federal (MPF) pretendia pedir o arquivamento do processo.
Fontes do MPF relataram à CNN que o pedido argumenta que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi fundamentada em uma reportagem e que isso não é consistente.
O pedido pela Procuradoria Geral da República foi recusado nessa sexta-feira (9) pelo ministro Alexandre de Moraes. A negativa ocorreu pouco tempo após o pedido da vice-procuradora.
A operação foi aberta por ordem do ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das milícias digitais, que investiga a atuação de grupos organizados para disseminar informações falsas e consideradas antidemocráticas pelo ministro. A operação foi motivada após o jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, divulgar conversas de um grupo privado de WhatsApp de empresários que apoiam o governo.
Alguns empresários do grupo defendiam um golpe de estado, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito. No mês passado, em entrevista à CNN, Bolsonaro considerou a decisão do ministro Alexandre de Moraes como “descabida, desproporcional e ilegal”.
À CNN, a assessoria de Moraes disse que não iria se pronunciar sobre as declarações.