Lula diz que ONU não tem mais a força que tinha antes e pede Brasil “protagonista”

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (9) no Rio de Janeiro, criticou a Organização das Nações Unidas (ONU) pela “falta de representatividade” dentro do Conselho de Segurança.

“A geopolítica mundial da Segunda Guerra não existe mais, é preciso colocar mais países no Conselho de Segurança. Não tem nenhum país africano, da América Latina, Não está Alemanha, Índia, Nigéria, precisa colocar mais gente, pode entrar o Brasil, o México, precisa ter mais representatividade. Em 1948, a ONU teve força para criar o Estado de Israel e hoje não tem força para criar o Estado Palestino. Se ela tivesse força, teria impedido a Guerra da Ucrânia. […] O Brasil não pode viver nesse isolamento que está hoje, precisa ser protagonista”, disse.

O Conselho de Segurança tem cinco integrantes permanentes: Estados Unidos, Inglaterra, França, China e Rússia, que herdou a posição da União Soviética. Esse conselho existe desde a fundação da ONU, em 1945. Desde então, à exceção da transição do governo soviético para o russo, não houve nenhuma inserção ou exclusão de países permanentes.

Os outros dez países que integram o conselho são temporários.

O candidato ainda pediu uma maior governança dentro da ONU sobre questões climáticas, além de afirmar que o país deve assumir “mais responsabilidades” na pauta.

“O Brasil tem que assumir, diante do mundo, responsabilidades pela não emissão de gases do efeito estufa. Nós somos donos soberanos da Amazônia, mas temos a humildade de construir parcerias científicas com a Europa e o resto do mundo. Não é só uma relação com a União Europeia, nós precisamos mais. Precisamos dar mais governança para a ONU e, se tratando de questões climáticas, não podemos decidir algo em um fórum internacional e depois cada país votar, nacionalmente, se aderem ou não ao que foi combinado. Na questão climática, vamos ter que ter uma governança na ONU para que as decisões dos fóruns internacionais sejam cumpridas por todos os países”, afirmou.

Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

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