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    Santander melhora projeções para PIB do Brasil e inflação em 2022 e 2023

    Produto Interno Bruto deve crescer 2,6% neste ano, segundo as novas estimativas do banco, contra cenário anterior de expansão de 1,9%

    Por Luana Maria Benedito, da Reuters

    O Santander Brasil melhorou seus prognósticos para o desempenho da atividade econômica doméstica neste ano e no próximo, em revisão de cenário que também trouxe baixa nas perspectivas de inflação para ambos os períodos e redução na projeção para a taxa Selic ao fim de 2022.

    O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,6% neste ano, segundo as novas estimativas do banco, contra cenário anterior de expansão de 1,9%.

    Essa melhora foi justificada por desempenho “animador” da atividade no primeiro semestre deste ano, que levou a um forte carregamento estatístico para 2022 como um todo, disse o Santander em relatório desta sexta-feira (9) assinado por sua economista-chefe, Ana Paula Vescovi, e a equipe de macroeconomia.

    No início deste mês, o IBGE informou que o PIB do Brasil registrou crescimento de 1,2% no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro, resultado acima do esperado.

    No entanto, o banco disse esperar que a atividade doméstica perca força no segundo semestre de 2022, “uma vez que os efeitos contracionistas de uma política monetária restritiva comecem a aparecer”, e prevê um enfraquecimento mais visível a partir do quarto trimestre.

    Mesmo assim, um mercado de trabalho resiliente e uma expansão da renda disponível podem amortecer o impacto para o segundo semestre de 2022 e 2023 como um todo, e o Santander melhorou seu prognóstico para o PIB do ano que vem para uma variação negativa de 0,2%, contra queda de 0,6% estimada antes.

    Na frente da inflação, o credor também adotou visão mais otimista, reduzindo a perspectiva de alta do IPCA em 2022 para 6,3%, de 7,9% anteriormente, citando alívio temporário de medidas de redução das pressões de preços, como cortes de impostos incidentes sobre o setor de energia.

    Para 2023, “a preocupação ainda está relacionada aos preços mais rígidos e cíclicos, principalmente no setor de serviços”, disse o Santander, embora tenha reduzido a conta para a alta do IPCA no período a 5,3%, de 5,7% antes, por conta de menor inércia advinda de 2022 e tendência mais lenta de preços voláteis.

    Ainda assim, se confirmados, ambos os cenários estourariam o teto das metas oficiais de inflação para 2022 e 2023, que são de 5,0% e 4,75%, respectivamente.

    O Santander espera convergência da inflação para o centro da meta apenas em 2024 (3,0%), “mas os riscos estão enviesados para cima (i.e., maiores chances de uma convergência mais lenta)”, disseram Vescovi e equipe.

    Em relação ao juro básico, o banco reduziu sua projeção para a taxa Selic ao fim do atual ciclo de aperto monetário para 13,75%, patamar em que se encontra hoje, notando “forte sinal de uma pausa iminente” no ciclo de aperto monetário do Banco Central a partir de setembro.

    Antes, o Santander esperava altas adicionais dos custos dos empréstimos, a 14,25%.

    O banco manteve projeções de que a Selic encerrará 2023 em 12% e 2024 em 9%.

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