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    Desfiles, atos pró-governo e discursos de Bolsonaro: como foi o 7 de Setembro

    Manifestações e pronunciamentos de autoridades marcaram as celebrações dos 200 anos da Independência do Brasil

    Da CNN

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    Atos e desfiles por todo o país marcaram as celebrações do Bicentenário da Independência do Brasil. As principais concentrações foram registradas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Estas duas capitais, inclusive, tiveram discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

    A CNN procurou as respectivas Polícias Militares, mas as corporações do Rio e do Distrito Federal não divulgaram o número de participantes. Em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública estimou que 50.443 pessoas participaram do ato na Avenida Paulista. Os organizadores falam em milhões de manifestantes presentes nos eventos.

    Além disso, foram registrados atos em outras 21 capitais: Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Maceió, Salvador, Recife, São Luís, Porto Velho, Boa Vista, Belém, Vitória, Aracaju, João Pessoa, Porto Alegre, Macapá, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, Natal e Palmas.

    Os atos oficiais não tiveram presença dos líderes dos outros Poderes — os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e do STF, ministro Luiz Fux. Sobre isso, Jair Bolsonaro afirmou à CNN que “todos foram convidados”.

    Abaixo, veja os principais acontecimentos das celebrações de 7 de Setembro de 2022.

    Bolsonaro discursa em Brasília

    O presidente da República desfilou em carro aberto junto da primeira-dama Michelle Bolsonaro em Brasília. O ato na capital também teve apresentação da esquadrilha da fumaça, que cruzou os céus da cidade, e a participação de estudantes dos colégios militares e das escolas públicas do Distrito Federal.

    Bolsonaro saiu do Palácio da Alvorada, atravessou a Esplanada dos Ministério e se posicionou no palco ao lado do vice-presidente, Hamilton Mourão, dos filhos, da primeira-dama, do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e de apoiadores e ministros.

    No discurso na capital federal, Jair Bolsonaro afirmou que “o que está em jogo é a nossa liberdade, é o nosso futuro, e a população sabe que ela é aquela que nos dá um norte para as nossas decisões. Então, a todos do Brasil, compareçam às ruas. Dá tempo ainda. De verde e amarelo, as cores da nossa bandeira. Pra festejar e comemorar a terra onde vivemos, uma terra prometida”.

    Além disso, destacou que “com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos os que ousam ficar fora delas”.

    Durante a celebração dos 200 anos da Independência do Brasil, o presidente da República também puxou um coro de “imbrochável” durante pronunciamento em cima de um trio elétrico na Esplanada dos Ministérios. O canto foi acompanhado por apoiadores. Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente repetiu a palavra por cinco vezes.

    Atos em São Paulo realizados sob chuva

    O desfile cívico-militar na cidade de São Paulo neste 7 de Setembro foi realizado na Avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, na zona sul da capital paulista. Além da falta de visibilidade por causa dos guarda-chuvas nesta quarta-feira chuvosa, a ausência de arquibancadas foi motivo de queixa dos visitantes.

    Participaram do evento o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), além de comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica em São Paulo. Também compareceram secretários do governo e do município.

    Na Avenida Paulista, uma multidão ocupou a rua com as cores da bandeira nacional. O presidente não passou por lá. Foi cogitada a exibição de um vídeo do mandatário, mas isso não ocorreu.

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    Rio de Janeiro reforça segurança e também tem presença de Bolsonaro

    Após discursar em Brasília, Bolsonaro foi até o Rio de Janeiro, onde também se pronunciou e participou de uma motociata. A cidade contou com 1.800 policiais militares a mais para garantir a normalidade tanto dos atos quanto outros eventos, como o jogo do Flamengo pela Libertadores.

    Durante a manifestação em Copacabana, o chefe do Executivo atacou o ex-presidente Lula (PT). Sem citar o adversário nominalmente, ele chamou o candidato do PT de “quadrilheiro” e disse que “esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida pública”.

    “Não sou muito bem educado, falo palavrões, mas não sou ladrão”, afirmou.

    Em nota, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, rebateu as falas de Bolsonaro. “Que moral Bolsonaro tem pra atacar Lula? Tem de explicar direitinho de onde veio o dinheiro para comprar tantos imóveis, principalmente os 51 pagos com dinheiro vivo. Com salário de deputado jamais compraria. Nem a mansão do Flávio conseguiriam”, afirmou.

    Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula respondeu às declarações de Bolsonaro e afirmou que, quando era presidente, não usou o feriado “como instrumento eleitoral”. O candidato do PT ainda acrescentou que o presidente “tenta atacar” ao invés de discutir os problemas do Brasil.

    Contraponto aos atos pró-governo, Grito dos Excluídos ocorre em diversas cidades

    Tradicionalmente realizado no Dia da Independência, o Grito dos Excluídos foi realizado nesta quarta-feira (7) em diversas capitais brasileiras. As manifestações são um contraponto aos atos pró-governo.

    Neste ano, o tema dos protestos foi: “Vida em Primeiro Lugar: Brasil: 200 anos de Independência para quem?”.

    Em São Paulo, por exemplo, os manifestantes foram até a praça da Catedral da Sé protestar contra a fome. Além dos discursos, os participantes distribuíram comida na região. Movimentos sociais e centrais sindicais estiveram entre os organizadores.

    As ruas das capitais do Sul do Brasil também receberam manifestantes nesta quarta, assim como em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

    No Nordeste, houve manifestações do Grito dos Excluídos em capitais como Salvador (BA), Maceió (AL), Natal (RN), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Aracaju (SE).

    Também foram realizados atos em capitais como Cuiabá (MT), Macapá (AP) e Rio Branco (AC).

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    Pacheco recebe presidente de Portugal

    O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, fará um jantar, na noite desta quarta-feira (7), para receber o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza. Participam ainda do encontro senadores e deputados. O presidente da Câmara, Arthur Lira, foi convidado, mas ainda não confirmou presença, porque está em Alagoas.

    A expectativa é que durante o jantar, Pacheco discuta com os parlamentares as falas desta terça do presidente da República, Jair Bolsonaro. Até agora, o presidente do Senado se manifestou apenas nas redes sociais sobre as manifestações, onde pediu respeito à democracia.

    Rainha Elizabeth, Xi Jinping e outros líderes parabenizam Brasil

    No Bicentenário da Independência do Brasil, celebrado nesta quarta-feira (7), chefes de Estado parabenizaram o país.

    rainha Elizabeth II enviou uma mensagem ao país, destacando a visita realizada em 1968.

    “Em meio à celebração da importante ocasião dos 200 anos de independência, gostaria de parabenizar Vossa Excelência e enviar minhas felicitações ao povo da República Federativa do Brasil, lembrando com carinho da minha visita ao país, em 1968. Que continuemos trabalhando com esperança e determinação para superar os desafios globais juntos”, disse a monarca.

    O secretário de Estado Antony Blinken, dos Estados Unidos, enfatizou o aprofundamento das relações estratégicas e econômicas entre os dois países.

    “Em nome dos Estados Unidos da América, parabenizo o povo do Brasil pelos 200 anos de sua independência em 7 de setembro. Como as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental, os Estados Unidos e o Brasil compartilham o compromisso de apoiar a democracia em toda a região e demonstrar seus benefícios para todas as pessoas”, disse Blinken.

    Em mensagem publicada pela Embaixada da China no Brasil no Twitter, o presidente da China, Xi Jinping, fez votos pela prosperidade do Brasil e pela felicidade do povo brasileiro.

    “Atribuo grande importância ao desenvolvimento das relações China-Brasil, e gostaria de trabalhar para promover o desenvolvimento contínuo e profundo de Parceria Estratégica Global China-Brasil e trazer maiores benefícios para os nossos países e povos”, disse o presidente chinês.

    A Chancelaria da Argentina também enviou saudações ao país em publicação no Twitter.

    “Saudamos o povo brasileiro e seu governo por ocasião da comemoração dos 200 anos de sua independência. Continuaremos trabalhando para uma integração cada vez mais forte”, disse.

    Benjamin Netanyahu, ex-premiê de Israel, publicou mensagem no Twitter.

    “Parabéns ao povo do Brasil e ao meu amigo presidente Bolsonaro. Todos vocês estão comemorando agora 200 anos de independência do Brasil. O Brasil é um país maravilhoso, é um amigo maravilhoso do Estado de Israel, e todos nós desejamos o melhor para os próximos 200 anos”, afirmou.

    Presidenciáveis repercutem a data

    Os candidatos à Presidência da República usaram suas redes sociais para falar sobre as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma frase usada em sua propaganda no rádio e na TV veiculada na terça-feira (6), segundo a qual o 7 de Setembro “deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil” — o que, segundo ele, “não é o que acontece hoje”. “Tenho fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia”, disse.

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo da queima de fogos ocorrida na noite da terça-feira (6), quando apoiadores se reuniram em frente à Torre de TV, no Eixo Monumental, em Brasília. A legenda é um trecho do Hino da Independência: “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”.

    Ciro Gomes (PDT) também se manifestou. “E que Deus nos abençoe para que nada nem ninguém sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade — neste dia ou em qualquer momento da nossa história”, escreveu. Ele ainda disse ter “esperança” de que o Brasil encontrará “um novo caminho”.

    Já Simone Tebet (MDB) escreveu que, 200 anos após a data de origem da comemoração, “vemos que a independência ainda é um sonho a ser atingido”. “Neste 7 de setembro, reafirmo nosso compromisso em reduzir as desigualdades, erradicar a miséria e acabar com a fome”, completou.

    A candidata Soraya Thronicke (União Brasil) disse que os brasileiros não podem “admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança, nem que façam do dia da Independência uma data eleitoreira”. “A bandeira é nossa!”, completou.

    Felipe D’Avila (Novo) disse que o Bicentenário “é uma data emblemática e que pertence a todos nós”. “Falar de Independência, aliás, é falar de liberdade. E o que queremos para nosso país é que cada cidadão possa exercerdes sua Liberdade com responsabilidade”, disse.

    A candidata Vera Lúcia (PSTU) escreveu em suas redes sociais, mas não fez referência direta à celebração. “Bolsonaro e suas ameaças não passarão”, disse em sua publicação.

    Já Sofia Manzano (PCB) disse que a “classe dominante” vem se apropriando de pautas identitárias ao “exaltar Leopoldina” — a primeira esposa do Imperador D. Pedro I. Ela destacou a posição da imperatriz como mulher e afirmou que 7 de Setembro é dia de luta dos excluídos.

    Os demais candidatos à Presidência ainda não se pronunciaram sobre a data.

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