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    Dólar fecha em queda, a R$ 5,19, com taxa de emprego nos EUA; Ibovespa sobe

    Moeda norte-americana desvalorizou quase 1% no dia, enquanto principal índice da bolsa brasileira teve alta de 0,26%, aos 110.694,15 pontos

    Situação do mercado de trabalho nos EUA deve influenciar apostas sobre ciclo de juros
    Situação do mercado de trabalho nos EUA deve influenciar apostas sobre ciclo de juros AlphaTradeZone/Pexels

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business*Reuters em São Paulo

    O dólar encerrou esta sexta-feira (2) em queda de 0,99%, cotado a R$ 5,186, influenciado pelo relatório Payroll de emprego nos Estados Unidos divulgado hoje, que indicou um aumento da taxa de desemprego do país e influencia as apostas sobre o ciclo de juros do país. Com isso, a moeda brasileira teve uma das de melhor desempenho global na sessão.

    Na menor cotação do dia, desceu a R$ 5,158, queda de 1,53%, depois de a máxima alcançar R$ 5,248 (+0,08%).

    O ajuste de baixa no dólar veio depois de três dias seguidos de alta na cotação, período em que acumulou valorização de 4,09%, a mais forte nessa base de comparação desde meados de junho. Entre pares mais próximos, o real foi a moeda que mais perdeu valor nesse intervalo, o que justificaria o alívio mais intenso desta sessão.

    No acumulado da semana, a moeda norte-americana teve valorização de 2,11%. Se considerado o acumulado do ano, está desvalorizado 6,94%.

    Já o Ibovespa fechou o dia com alta de 0,26%, aos 110.694,15 pontos, e favorecido pela alta de ações de petroleiras, que acompanham a valorização nos preços do petróleo, como 3R Petroleum ON (37,27%) e Petrorio ON (+ 27,72%). Desempenho da Weg e da B3 também ajudaram a puxar o índice.

    O mercado também reduziu a aversão a riscos após a divulgação, com mais força para apostas de um Federal Reserve menos agressivo em seu ciclo de alta de juros.

    Os investidores tiveram uma piora de sentimento desde a última sexta-feira (26), após o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, ter um tom mais duro no combate à inflação que o esperado, reforçando apostas em uma alta de juros maior em setembro e em uma recessão no país.

    O mau humor externo também piorou após a divulgação de dados industriais da China que indicaram um aprofundamento da desaceleração econômica do país, o que tende a prejudicar em especial exportadores de commodities, pela perspectiva de demanda menor.

    Além disso, a inflação recorde na zona do euro em agosto deu forças a apostas em ciclos de alta de juros mais agressivos na região, um cenário ruim para a economia mundial.

    Na quinta-feira (1º), o dólar teve alta de 0,73%, a R$ 5,238. Já o Ibovespa encerrou com avanço de 0,81%, aos 110.405,30 pontos.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, que impacta a demanda do país por commodities.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. O cenário, entretanto, pode mudar dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

    *Com informações da Reuters