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    PIB sobe 1,2% no 2º trimestre, puxado por alta de 1,3% no setor de serviços

    Mercado esperava alta de 0,9%; com dado do trimestre, PIB acumula alta de 2,5% no 1º semestre do ano e fica 3% acima do patamar pré-pandemia

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business São Paulo

    A economia brasileira registrou crescimento de 1,2% no segundo trimestre de 2022 em comparação com os três primeiros meses do ano, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (1º). O resultado do trimestre é o quarto positivo seguido após o recuo de 0,3% de abril a junho do ano passado. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 3,2%.

    O resultado veio acima da mediana das expectativas do mercado, que apontava para uma alta de 0,9% na comparação mensal e de 2,8%, na anual.

    Com o resultado, o PIB (Produto Interno Bruto) acumula alta de 2,5% no primeiro semestre do ano e fica 3% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019. Além disso, o desempenho da economia atinge o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014, disse o instituto.

    O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.

    Setores

    O crescimento no segundo trimestre foi impactado pela alta de 1,3% nos serviços, disse o IBGE. O setor representa cerca de 70% do PIB.

    “Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços, estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. Com o resultado, o subsetor outras atividades de serviços está 4,4% acima do patamar pré-pandemia.

    Outro destaque foi o setor industrial, com crescimento de 2,2% no período, o segundo resultado positivo consecutivo, após queda de 0,9% no quarto trimestre do ano passado. O IBGE destaca que essa foi a taxa positiva mais alta para a indústria desde o terceiro trimestre de 2020 (14,7%), quando o setor começava a se recuperar dos efeitos da pandemia e tinha uma base de comparação depreciada.

    Nesse segmento, destacam-se os desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação.

    “Houve crescimento em todos os subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando problemas há anos e foi bastante afetada na pandemia, mas está se recuperando há alguns trimestres”, avalia a pesquisadora.

    O investimento medido pela Formação Bruta de Capital Fixo registrou alta de 4,8% no período, ajudado pelas atividades de construção e de informação e comunicação.

    “Nessa última atividade, o desempenho positivo está especialmente relacionado ao desenvolvimento de software. Essa é uma das atividades que foram menos impactadas pelos efeitos da pandemia, assim como o setor financeiro, a agropecuária e a indústria extrativa”. A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB no segundo trimestre.

    O consumo das famílias teve alta de 2,6%, maior alta desde o quarto trimestre de 2020 (3,1%).  Já o consumo do governo recuou 0,9%, após registrar estabilidade no trimestre anterior (-0,1%).

    “A alta do consumo das famílias está relacionada à volta do crescimento dos serviços prestados às famílias, em decorrência dos serviços presenciais que estão com a demanda represada na pandemia. Um reflexo disso é o aumento no preço das passagens aéreas, uma consequência do crescimento da demanda”, diz Rebeca.

    Já a agropecuária, que havia recuado 0,9% no último trimestre, variou 0,5% no segundo trimestre deste ano.

    “Esse setor é muito ligado à sazonalidade. No semestre, a agropecuária vem caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a nossa maior lavoura”, diz Rebeca.

    “De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a previsão é de queda de 12% nessa produção. Isso impactou bastante o resultado da Agropecuária no ano”, diz Rebeca. Ela acrescenta que, no trimestre, o resultado está relacionado ao menor peso da safra da soja no período comparado ao trimestre anterior e ao ganho de peso da safra do café, cuja produção deve aumentar 8,6% na comparação com o colhido no ano passado”, diz.

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