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    MPF pretende pedir arquivamento de investigação contra empresários bolsonaristas

    Operação contra grupo, que teria defendido golpe em caso de vitória de Lula (PT) nas eleições, foi deflagrada na última semana por determinação de Alexandre de Moraes

    Leandro Magalhãesda CNN , em Brasília

    Após a divulgação, nesta semana, do conteúdo da investigação contra empresários apoiadores do governo, o Ministério Público Federal (MPF) pretende pedir o arquivamento da ação.

    Fontes do MPF relataram à CNN que o pedido argumenta que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi fundamentada em uma reportagem e que isso não é consistente.

    O grupo de juristas que defende o arquivamento se baseia no Código Penal.

    “Não há consistência. Distribuir bandeiras do Brasil é crime? Manifestar-se em grupos de WhatsApp é crime? Mesmo defendendo ideias que não sejam democráticas? Ideias sem ação? Não constitui crime manifestação crítica aos poderes. Isso está previsto em lei”, afirma um jurista que preferiu falar reservadamente à CNN.

    Operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas

    A operação deflagrada na semana passada foi aberta por ordem de Moraes, dentro do inquérito das milícias digitais, que investiga a atuação de grupos organizados para disseminar informações falsas e consideradas antidemocráticas.

    Os mandados de busca e apreensão envolveram oito empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foram cumpridos em cinco estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará e Rio de Janeiro.

    A operação foi motivada após o jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, divulgar conversas de um grupo privado de WhatsApp de empresários que apoiam o governo. Alguns empresários do grupo defendiam um golpe de estado, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito.

    Na semana passada, em entrevista à CNN, Bolsonaro considerou a decisão do ministro Alexandre de Moraes como “descabida, desproporcional e ilegal”.

    “Uma pessoa apenas do STF querer controlar a mídia social, botar limites na nossa liberdade. A liberdade não tem limites. Quem, porventura, extrapolar tem a lei para essa pessoa ser cobrada. Mas não pode um pessoa só, em uma canetada, levar terror junto com a populacão, fazer operações descabidas em cima de oito empresários que produzem muito, trazem riquezas e pagam impostos para o País e serem tratados como golpistas. Não existe golpismo. O que nós queremos é transparência nas eleições. Havendo transparência, está tudo pacificado no Brasil”, afirmou Bolsonaro.

    À CNN, a assessoria de Moraes disse que não iria se pronunciar sobre as declarações.

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