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    Aliados de Bolsonaro dizem que operação contra empresários ‘inflou’ atos de 7 de Setembro

    Pessoas ligadas ao presidente disseram à CNN que, diante do novo cenário, não há mais como prever o que acontecerá no feriado em que serão celebrados os 200 anos da Independência do Brasil

    Thais ArbexKenzô Machida

    Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm dito nos bastidores que a operação da Polícia Federal contra empresários que teriam defendido um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições “inflou” as manifestações do 7 de Setembro.

    Segundo relatos à CNN, a ordem, até então, era a de que o mandatário do Palácio do Planalto evitaria fazer críticas ao Judiciário, especialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ao sistema eleitoral, mas a decisão do ministro Alexandre de Moraes de autorizar a operação acabou dando uma espécie de salvo conduto para que Bolsonaro volte a atacar a Corte e o magistrado, que há dez dias assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Auxiliares do presidente disseram à CNN, em caráter reservado, que, diante do novo cenário, não há mais como prever o que acontecerá no feriado em que serão celebrados os 200 anos da Independência do Brasil.

    Depois de ter sido aconselhado a reagir apenas por mensagem publicada no Twitter, Bolsonaro usou a transmissão no Facebook para criticar enfaticamente a decisão de Moraes. O presidente afirmou que espera que o ministro “apresente a fundamentação” da sua decisão.

    “A gente espera que o digníssimo Alexandre de Moraes apresente aí a fundamentação dessa operação o mais rápido o possível, porque agora estamos vendo que a escalada contra a liberdade, aquilo que eu sempre tenho falado, tem se avolumado em cima desses empresários”, disse.

    Nesta sexta-feira (26), após a divulgação da decisão de Moraes barrando uma campanha publicitária do governo federal sobre o bicentenário da Independência, aliados do presidente passaram a demonstrar ainda mais apreensão em relação aos atos.

    A avaliação unânime entre auxiliares do presidente era a de que o ministro havia declarado guerra ao mandatário do Planalto e que, considerando o perfil de Bolsonaro, a expectativa para as manifestações eram as piores possíveis.

    O recuo de Moraes, alterando o despacho e liberando parcialmente a propaganda, desde que as peças passem por ajustes, foi recebido com um misto de alívio e desconfiança por pessoas próximas ao presidente.

    À CNN, aliados de Bolsonaro afirmaram não ter acreditado na justificativa do gabinete do ministro de que teria havido “erro material”. O entendimento é de que Moraes foi obrigado a rever sua decisão após tamanha repercussão negativa, principalmente entre bolsonaristas.

    Auxiliares de Bolsonaro disseram à CNN que a live do presidente nesta quinta-feira (25) deu o tom de como devem ser as manifestações no 7 de Setembro —baseadas, sobretudo, na defesa da liberdade de expressão.

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