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    Ibovespa fecha em queda de 1,09% e dólar cai a R$ 5,08 após falas de Powell

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 112 mil pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,62%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa teve queda de 1,09%, aos 112.298,86 pontos, nesta sexta-feira (26), acompanhando o desempenho negativo das bolsas no exterior após o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, considerado mais duro no combate à inflação.

    Já o dólar desvalorizou 0,62%, a R$ 5,079, mantendo uma tendência de queda após o índice PCE trazer uma deflação nos Estados Unidos em julho, ajudando apostas de um ciclo de alta de juros menos agressivo, benéfico para moedas como o real.

    Além disso, o quadro doméstico brasileiro mais favorável, com perspectiva de fim do ciclo de alta de juros e queda da inflação, tornou o real mais atraente, assim como o desempenho positivo de moedas ligadas a países produtores de commodities nesta sessão, em especial os latinoamericanos.

    Na quinta-feira (25), o dólar subiu 0,01%, a R$ 5,111. Já o Ibovespa teve alta de 0,56%, aos 113.531,72 pontos.

    Na semana, a moeda norte-americana caiu 1,73% e, no acumulado deste mês, o dólar recuou 1,81%. Por outro lado, o principal índice da B3 registrou ganhos de 0,73% na somatória dos últimos cinco dias.

    Fed

    Em suas falas, Powell destacou que a alta de juros de setembro dependerá dos dados sobre a economia, mas que os números de julho não são suficientes sozinhos para indicar uma queda da inflação nos Estados Unidos. Ele reforçou que a política monetária do país precisará ser restritiva por mais tempo para reduzir os preços.

    Os comentários de Powell foram considerados duros em relação à inflação, reforçando apostas em uma elevação de juros de 0,75 ponto percentual em setembro, que seira a terceira consecutiva nessa magnitude. O cenário é benéfico para o dólar, mas ruins para as bolsas em todo o mundo.

    A divisão atual no mercado gira em torno da próxima reunião de política monetária, em setembro. Para alguns, o banco central será menos agressivo, com alta de 0,5 ponto percentual, para impactar menos a economia do país. Outros apontam que a economia ainda está aquecida, em especial o mercado de trabalho, permitindo uma elevação mais agressiva, de 0,75 p.p.

    Os dirigentes do Fed já indicaram que as próximas elevações de juros serão feitas dependendo dos dados que forem divulgados entre cada reunião, com isso reforçando o peso de indicadores e de discursos no comportamento e apostas do mercado.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, que impacta a demanda do país por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, ainda podendo ser prejudicados caso haja uma retomada do pessimismo.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:

    Maiores altas

    • Alpargatas (APLA4) +7,18%;
    • Pão de Açúcar (PCAR3) +3,02%;
    • Cielo (CIEL3) +2,25%;
    • Petrobras (PETR4) +1,08%;
    • Petrobras (PETR3) +1%

    Maiores baixas

    • Grupo Natura (NTCO3) -6,73%;
    • Usiminas (USIM6) -6,67%;
    • CSN (CSNA3) -5,95%;
    • Totvs (TOTS3) -4,66%;
    • Azul (AZUL4) -4,55%

    *Com informações da Reuters