Comparações devem marcar horário eleitoral, diz cientista político
Segundo José Álvaro Moisés, os candidatos que lideram as pesquisas, que já ocuparam o Planalto, tentarão defender seus legados
Em uma eleição presidencial polarizada entre um ex-presidente e o atual chefe do Executivo, o horário eleitoral na rádio e TV deve ser marcado por comparações, de acordo com o cientista político da USP José Álvaro Moisés.
Na avaliação do professor, os candidatos devem adotar duas estratégias nas propagandas de rádio e TV gratuitas que começam no próximo dia 26. A primeira será apresentar a própria imagem, através de proposições e do próprio legado. “Mostrar o que fizeram, do que são capazes”, diz. A segunda, segundo ele, será a tentativa de desconstruir a identidade dos outros.
“Isso será feito com críticas mas, principalmente, com comparações”, pontua Moisés, que é coordenador do grupo de pesquisas sobre a qualidade da democracia da USP. Segundo ele, o atual pleito presidencial é “excepcional”, por se tratar de uma disputa entre dois opositores que já ocuparam o Planalto e, portanto, farão comparações entre seus legados.
Para Moisés, é difícil que a propaganda eleitoral supere a estabilidade que as pesquisas demonstram, em um cenário de favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); rejeição dos líderes das pesquisas, mas maior para o presidente Jair Bolsonaro (PL); e um grande número de eleitores que já anunciam terem definido seus votos. “Isso mostra que o cenário está configurado. Suas marcas estão definidas “, diz o professor da USP.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
*Sob supervisão de Thiago Felix