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    Partidos do centrão lançam mais candidatos à Câmara do que os de esquerda

    O Republicanos lidera o ranking de candidaturas à Câmara, com 518 postulantes

    Luciana Amaralda CNN , em Brasília

    Partidos do centrão lançaram mais candidatos à Câmara dos Deputados do que os de esquerda, mostram dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relativos às eleições deste ano analisados nesta segunda-feira (22).

    Ao todo, 10.341 pessoas constam como aptas ou cadastradas – aquelas que ainda não tiveram o pedido de registro apreciado pela Justiça Eleitoral – a tentarem se eleger como deputados federais em outubro. Outras 66 já foram consideradas inaptas. A Câmara é composta por 513 deputados, dos quais 448 deles em exercício vão buscar a reeleição, segundo a própria Casa. Todas as vagas estão em jogo.

    O Republicanos lidera o ranking de candidaturas à Câmara, com 518 postulantes. Em seguida, vêm União Brasil com 510, PP com 504 e PL com 502. Estes partidos formam a base do chamado centrão na Câmara dos Deputados – grupo informal que costuma aderir ao governante no poder sem se ater tanto a ideologias em troca de espaço na administração pública.

    O PP é o partido do atual presidente da Câmara, Arthur Lira, que tentará a reeleição, enquanto o PL é a legenda do presidente da República, Jair Bolsonaro.

    Já o PT, principal sigla da esquerda no país, pretende lançar 368 candidatos a deputado federal. Outras siglas de esquerda, como PDT e PSB, devem lançar mais postulantes do que os petistas, com 469 e 446 candidatos, respectivamente. Ainda assim, o quantitativo está distante dos principais partidos do centrão.

    Um fator que deve ser levado em consideração, porém, é que o PT vem com um dos maiores percentuais de deputados candidatos à reeleição entre os grandes partidos. Portanto, são políticos já mais conhecidos do público. O PT tem hoje a terceira maior bancada da Câmara, com 56 deputados, atrás apenas do PL (77) e do PP (58).

    Veja o quantitativo de candidatos à Câmara lançados por outras siglas, até o momento: Podemos (495), PTB (489), MDB (484), Patriota (470), PDT (469), Pros (462), PSB (446), PSC (420), PSD (418), Avante (414), Solidariedade (405), Agir (366), PRTB (334), PSDB (328), PSOL (311), PMN (284), DC (249), PMB (227) e Novo (217).

    O fim da lista – ou seja, os partidos que estão lançando menos candidatos à Câmara – é composto somente por siglas menores do campo da esquerda: Rede (179), Cidadania (163), PV (92), PCdoB (66), PCO (56), PCB (40), PSTU (38) e UP (17).

    O bom desempenho no pleito à Câmara é crucial especialmente para partidos pequenos devido à cláusula de barreira, que será endurecida até 2030. A cláusula afeta o acesso a recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão. Em último caso, pode inviabilizar a existência de siglas.

    Lira vê tendência de Congresso de centro-direita

    Na semana passada, em evento promovido pelo BTG Pactual, Arthur Lira declarou acreditar que o Congresso não deve se renovar tanto a partir das eleições de outubro. Portanto, que não terá tantos parlamentares eleitos pela primeira vez. Em sua avaliação, mais de 300 dos 513 deputados federais serão de partidos de centro ou mais à direita. Estimou que a oposição não deve ultrapassar os cerca de 150 deputados.

    Dessa forma, disse que o próximo Congresso será de centro-direita, conservador para seguir com reformas e de tendência liberal. A composição do Parlamento influencia de forma direta na governabilidade do presidente da República.

    Se Bolsonaro for eleito, considerou que já terá uma base aliada mais ou menos estabelecida. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal concorrente de Bolsonaro na disputa ao Planalto, terá que “usar de toda a sua habilidade durante o primeiro ano” para construir uma base sem fazer toma lá dá cá ou voltando a modelos antigos, falou.

    Questionado se é possível compor com Lula, se este for eleito presidente da República, Lira afirmou ser preciso esperar, mas ponderou que não será “fruto de instabilidade política nenhuma” e que seu “compromisso com a governabilidade é maior”.

    Lira é aliado declarado de Bolsonaro – esteve na convenção nacional do PL com camisa em apoio ao presidente, por exemplo –, porém disse ser preciso saber separar seu papel como presidente da Câmara e deputado.

    PSOL lidera em postulantes ao Senado

    O TSE contabiliza 235 candidatos aptos ou cadastrados ao Senado Federal. Dois foram considerados inaptos. O Senado é composto por 81 parlamentares, sendo que 27 vagas estão na disputa e que 14 senadores tentam a reeleição ao cargo.

    O PSOL, que atualmente não tem bancada de senadores, é o partido que mais está lançando nomes ao Senado: 19 candidatos à Casa. Em seguida, vem o partido de Bolsonaro, o PL, com 17 candidatos.

    O grupo do presidente busca a formação de um Senado menos rebelde perante o governo Bolsonaro, se este for reeleito. Isso porque, ao longo dos últimos quatro anos, o Senado não tem analisado e aprovado tantas matérias de interesse do governo quanto a Câmara. É também no Senado que se analisam pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), objeto de críticas frequentes de Bolsonaro, por exemplo.

    Depois do PL, aparecem o PSTU com 14 candidatos, o PCO com 13 e o PP também com 13. PSTU e PCO não têm representantes no Senado hoje assim como o PSOL.

    PDT, PSB e o PT aparecem com 12, 11 e 11 postulantes ao Senado, respectivamente.

    A lista continua com DC (10), PSD (10), PRTB (9), União Brasil (9), MDB (8), PTB (8), Agir (7), Podemos (7), PSDB (7), Avante (6), Pros (6), Patriota (5), PMB (5), PMN (5), Republicanos (5), Novo (4), PSC (3), UP (3), PCB (2), PV (2), Solidariedade (2), PCdoB (1) e Rede (1).