Ciro e Lula criticam teto de gastos; Tebet vai ao PR, e Bolsonaro tem entrevista
Ex-presidente classifica lei como “peça de ficção” e Ciro diz que ela não foi suficiente para impedir os supersalários de militares
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) criticaram a lei do teto de gastos nesta segunda-feira (22). Para o ex-presidente, a lei virou uma “peça de ficção”. Já Ciro disse que ela não foi suficiente para impedir os supersalários de militares. Ambos candidatos cumpriram agenda em São Paulo.
Jair Bolsonaro (PL) também tem compromisso na capital paulista. O presidente não participa de eventos públicos nesta segunda. Ele concede entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, às 20h30. A senadora Simone Tebet (MDB) visitou o Paraná no início da segunda semana da campanha oficial.
Lula concedeu entrevista à imprensa internacional, em São Paulo, onde disse que, se eleito, pretende fazer grandes investimentos em obras públicas. O petista disse que espera “colocar o Brasil para viajar o mundo” em busca de investidores estrangeiros.
“Para fazer investimentos novos e não para comprar empresas públicas, porque vocês sabem que nós não vamos privatizar empresas”, pontuou o ex-presidente, que é contrário à privatização de estatais.
Lula afirmou que o teto de gastos é usado no Brasil para “dizer ao povo que não tem melhoria na saúde, que não tem melhoria na educação”.
“O que eu acho? Que um governo tem que ter responsabilidade. Um governo que tem responsabilidade não precisa fazer uma lei limitando o teto de gastos dele. O teto de gastos me parece uma coisa para garantir os interesses de quem? Do sistema financeiro? Dos credores do governo brasileiro? E do povo brasileiro? Qual é o teto de investimento?”
À noite, Lula ainda deve participar do lançamento do livro “O Brasil no Mundo: 8 anos de Governo Lula”, de autoria do seu fotógrafo Ricardo Stuckert.
Assim como Lula, o ex-ministro Ciro Gomes criticou a lei de responsabilidade fiscal, durante encontro com empresários do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) na parte da manhã.
Segundo o candidato do PDT, a existência de um teto para os gastos públicos previsto na Constituição “é uma absoluta aberração”. Ele afirmou que o mecanismo, a pretexto de garantir o equilíbrio das contas do governo, não limitou, por exemplo, o aumento salarial de categorias como a dos generais. A CNN procurou o Exército para comentar as declarações do candidato e aguarda uma resposta.
“Teto de gastos com status constitucional é uma absoluta aberração (…). A maior conta pública é juro para banco, que subiu para R$ 600 bilhões por ano só no governo Bolsonaro e está fora do teto de gasto”, disse à imprensa antes de um encontro com empresários do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo.
Em visita a Curitiba, Tebet participou de caminhada na Boca Maldita, local conhecido por ser palco de manifestações políticas na capital paranaense. Ela deve visitar o comitê do governador Ratinho Júnior (PSD), candidato à reeleição no Paraná, na parte da tarde.
A candidata afirmou que o brasileiro quer um nome diferente para mudar a política do país. “Não vamos esquecer que essa é uma eleição totalmente atípica. Nós temos os dois [candidatos] mais rejeitados. Na realidade, o eleitor está escolhendo o ruim para não ficar com o péssimo”, disse a senadora.
Com informações de Beatriz Carneiro, Carolina Cerqueira, Daniel Reis, Gabrielle Varella, Iara Maggioni, Laura Slobodeicov e Matheus Meirelles, da CNN
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – Os candidatos a vice-presidente
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Ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) é candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) • Gustavo Magnusson
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General Braga Netto (PL), ex-ministro da Casa Civil e ex-ministro da Defesa, é o candidato a vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição • Carolina Antunes
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Ana Paula Matos (PDT), vice-prefeita de Salvador, é a candidata a vice-presidente na chapa "puro sangue" de Ciro Gomes • Reprodução Twitter
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A senadora Mara Gabrilli (PSDB) compõe uma chapa 100% feminina como vice de Simone Tebet (MDB) • Gerdan Wesley
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Marcos Cintra (União Brasil) atuou, durante o Governo Bolsonaro, como secretário da Receita Federal e é o vice na chapa da presidenciável Soraya Thronicke (União Brasil) • José Cruz/Agência Brasil
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Tiago Mitraud (Novo), que está em fim de mandato como deputado federal, é o vice na chapa "puro sangue" de Felipe d'Avila (Novo) à Presidência
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A indígena Kunã Yporã, ou Raquel Tremembé, do PSTU, é da tribo Tremembé e é vice na chapa 100% feminina de Vera Lúcia (PSTU) à Presidência • Divulgação PSTU
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Samara Martins (UP) é dentista do SUS e candidata a vice na chapa de Leonardo Péricles (UP) • Thiago Melo / Reprodução Instagram
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Antonio Alves (PCB) é jornalista e vice na chapa de Sofia Manzano (PCB) • Reprodução/ PCB / Wikimedia Commons
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Pastor Luiz Cláudio Gamonal (PTB) é vice de Kelmon Souza (PTB) • PTB
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João Barbosa Bravo (DC), economista e ex-prefeito de São Gonçalo (RJ), é o candidato a vice-presidente na chapa de Eymael • Divulgação