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    Bancos aumentam projeção de expansão de crédito para 11,4% em 2022, diz pesquisa

    Pesquisa mensal de crédito da Febraban trouxe uma previsão de aumento de 0,8% no total de operações em julho

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business em São Paulo

    Os bancos brasileiros elevaram a projeção para o mercado de crédito em 2022, esperando agora uma expansão de 11,4% na carteira total neste ano, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

    Na pesquisa anterior, de junho, a projeção era e alta de 10,4%. Todas as categorias de crédito de recursos livres tiveram elevação na previsão. A de crédito livre para pessoas físicas lidera as expectativas, com alta prevista de 15,3%. Para pessoas jurídicas, os bancos esperam crescimento de 13%.

    A Febraban aponta ainda que a maioria dos participantes entrevistados, 73,7%, projetam uma acomodação no ritmo de expansão da carteira de crédito até o final de 2022, mas de forma modesta, continuando com um crescimento elevado no ano.

    A pesquisa questionou ainda sobre as avaliações quanto ao ciclo de alta de juros no Brasil. Para 60% dos entrevistados, a sinalização pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de que a taxa básica de juros, a taxa Selic, não subirá mais foi adequada. Já 35% opinaram que a sinalização não deveria ter sido feita, e que pode levar a uma desancoragem maior de expectativas.

    Para 65% dos participantes, o trecho da ata da última reunião do Copom que indicou a possibilidade de um ajuste pequeno da Selic em setembro não alterou as expectativas para os juros. A maioria dos entrevistados, 55%, espera que o ciclo encerre com uma taxa de 13,75% ao ano.

    Segundo a federação, os bancos estão divididos quanto ao momento em que o Copom começará a cortar os juros. Para 50%, o processo terá início no segundo trimestre de 2023, enquanto 50% esperam que a queda comece a partir do terceiro trimestre. A projeção de câmbio até o fim de ano está na faixa de R$ 5,20 a R$ 5,25.

    Questionados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, 55% projetam uma desaceleração gradual no segundo semestre, com as previsões variando entre crescimento de 1,5% e 2% neste ano. Já 45% esperam uma desaceleração menor que o consenso do mercado, com uma alta acima de 2%.

    Em relação à situação da economia dos Estados Unidos, 65% entendem que uma desaceleração é inevitável em meio ao processo de elevação de juros, afirmando que as revisões para baixo do PIB já estão “relativamente precificadas”.

    Crédito cresce 0,8% em julho

    Divulgada no mesmo dia, a pesquisa mensal de crédito da Febraban trouxe uma previsão de aumento de 0,8% no total de operações em julho na comparação com o mês anterior.

    A expectativa do setor é que o crédito às famílias cresça 1,4% em 2022, apoiado em fatores como a “reabertura das atividades, recuperação do mercado de trabalho e também pelo crédito rural, devido ao início do Plano Safra 2022/2023”.

    Baseado nessa projeção, a expansão da carteira total de créditos nos 12 meses encerrados em julho deve ser de 16,3%, levemente inferior ao valor de junho, 16,9%.

    A Febraban ressalta que “a desaceleração é inferior à da inflação, que saiu de 11,89% para 10,07% no mês, por conta da deflação registrada em julho de 0,68%, indicando que o crédito acelerou em termos reais, de 5% para 6,2%, sugerindo ainda um cenário positivo para o segmento”.

    Apenas para pessoa física, a projeção é que a carteira de crédito tenha alta de 21,5% em 12 meses, com um “ritmo de expansão bastante expressivo”.  Para pessoa jurídica, o recuo em julho deve ser de 0,2%, com a carteira de crédito livre sendo prejudicada pela sazonalidade das linhas de fluxo de caixa.

    “Por outro lado, a carteira direcionada (+0,6%) deve ganhar impulso com a nova rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), com início das operações na última semana do mês, mas cujo impacto deve ser maior em agosto. Em 12 meses, a carteira PJ deve acomodar para 9,3%”, observa a associação.

    Para o volume das concessões de crédito, a projeção é de queda de 0,4% em julho na comparação mensal. No acumulado de 12 meses, o volume deve ter crescimento de 23,8%, ante 23,7% em junho.

    “O resultado sinaliza que a injeção de crédito na economia tem se mantido bastante disseminada, a despeito da elevação da taxa Selic e dos sinais de alta da inadimplência”, destaca a Febraban.

    “A pesquisa traz um cenário de continuidade do forte ritmo de crescimento do crédito neste começo de segundo semestre, em linha com os números até mais positivos que temos observado para a atividade econômica e o mercado de trabalho durante todo ano, compondo um quadro favorável para expansão das operações de crédito”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

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