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    Pilotos que “adormeceram” durante voo são afastados para investigação

    Incidente ocorreu nesta semana a bordo de uma aeronave da Ethiopian Airlines em rota do Sudão para a Etiópia

    Tamara Hardingham-Gillda CNN

    Os pilotos que supostamente adormeceram e perderam o pouso, durante um voo do Sudão para a Etiópia, nesta semana, foram removidos das operações “enquanto aguardam investigação mais aprofundada”. É o que diz um comunicado divulgado pela Ethiopian Airlines na última sexta-feira (19).

    “O voo aterrissou com segurança depois que a comunicação foi restabelecida. A tripulação em questão foi removida da operação enquanto aguarda uma investigação mais aprofundada. Ações corretivas apropriadas serão tomadas com base no resultado da investigação. A segurança sempre foi e continuará sendo nossa primeira prioridade”, diz o comunicado.

    De acordo com um relatório do site de notícias de aviação comercial Aviation Herald, o fato se deu na última segunda-feira (15).

    O incidente ocorreu a bordo de um Boeing 737-800 da Ethiopian Airlines, em rota de Cartum para Adis Abeba, “quando os pilotos adormeceram” e “a aeronave continuou além do topo de descida”.

    Dados obtidos pelo site indicam que a aeronave estava cruzando a 11.277 metros no piloto automático quando não conseguiu descer no Aeroporto Internacional de Addis Abeba Bole, seu destino programado

    O controle de tráfego aéreo aparentemente não conseguiu alcançar a tripulação, apesar de ter feito várias tentativas de contato.

    No entanto, um alarme foi acionado quando o avião ultrapassou a pista e continuou ao longo da rota. A aeronave posteriormente começou a descer, pousando com segurança cerca de 25 minutos depois.

    Dados Automatic Dependent Surveillance-Broadcast (ADS-B) mostram a aeronave sobrevoando a pista, antes de iniciar sua descida e manobra para outra aproximação.

    “Recebemos um relatório que indica que o voo etíope número ET343 em rota de Cartum para Adis Abeba perdeu temporariamente a comunicação com o Controle de Tráfego Aéreo de Adis Abeba em 15 de agosto de 2022”, diz ainda a nota da Ethiopian Airlines na sexta-feira.

    ‘Profundamente preocupante’

    Desde então, o analista de aviação Alex Macheras foi ao Twitter para expressar seu choque com o “incidente profundamente preocupante”, que ele sugere que pode ter sido o resultado da exaustão do piloto.

    “O cansaço do piloto não é novidade e continua a representar uma das ameaças mais significativas à segurança aérea — internacionalmente”, tuitou ele na quinta-feira.

    O relatório vem apenas alguns meses depois que os pilotos da Southwest Airlines e da Delta Air Lines alertaram os executivos das companhias aéreas que a exaustão dos pilotos estava aumentando e recomendou tratar a fadiga e os erros resultantes como um risco de segurança.

    “A fadiga, tanto aguda quanto cumulativa, tornou-se a principal ameaça à segurança da Southwest Airlines”, disse a Southwest Airlines Pilots Association, ou SWAPA, a executivos de companhias aéreas em uma carta em abril.

    De acordo com o documento, a crescente demanda por viagens aéreas à medida que o setor começa a se recuperar da pandemia de Covid-19 e o caos de cancelamento causado pelo clima severo estão entre os motivos do aumento da exaustão dos pilotos.

    Em maio, o jornal italiano Repubblica informou que um piloto da ITA havia sido demitido depois de “adormecer” durante um voo entre Nova York e Roma.

    O copiloto estaria fazendo um “descanso autorizado” no momento, levando o Airbus A330 a perder a comunicação com o controle de tráfego aéreo por dez minutos, segundo o relatório.

    A CNN entrou em contato com a Ethiopian Airlines para comentar sobre o assunto.

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