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    Eleições 2022

    Ministra do TSE nega pedido de Lula para apagar postagens de Bolsonaro sobre PCC

    Para o PT, postagem do presidente faz parte de uma estratégia da campanha para criar uma narrativa falsa de associação do partido e de Lula à facção criminosa

    Daniel Adjutoda CNN

    A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido do ex-presidente Lula para obrigar o presidente Jair Bolsonaro a excluir postagens no Twitter em que Lula e o PT são associados ao PCC.

    Na postagem, Bolsonaro usa um vídeo de uma reportagem da TV Record com áudio de uma interceptação telefônica da Polícia Federal na “Operação Cravada”. No grampo, um líder da facção diz que “com o PT nois (sic) tinha diálogo.

    O PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso”. A ministra pontua que não analisou o conteúdo do áudio apresentado na reportagem e explica que a interceptação telefônica de fato existiu e é autêntica.

    “Sem exercer qualquer juízo de valor sobre o conteúdo da conversa interceptada, se verdadeira ou não, o fato é o de que a interceptação telefônica trazida na matéria jornalística compartilhada e comentada pelo representado é real, ocorreu no contexto de determinada operação coordenada pela Polícia Federal, de sorte que a gravação respectiva é autêntica, o que não implica, volto a dizer, qualquer análise de mérito sobre a procedência, ou não, daquilo o quanto dito pelas pessoas cujas conversas estavam sendo monitoradas”, explica a ministra.

    Para o PT, a postagem do presidente faz parte de uma estratégia da campanha bolsonarista para criar uma narrativa falsa de associação do partido e de Lula à facção criminosa.

    Segundo Maria Claudia, a interceptação traz fatos que não foram “gravemente descontextualizados, manipulados ou editados”, não configurando propaganda antecipada negativa e desinformativa.

    A ministra também negou o pedido do PT para que Bolsonaro fosse multado e proibido de fazer postagens com teor semelhante.

    Maria Claudia Bucchianeri seguiu o entendimento do Ministério Público Eleitoral, que também defendeu a rejeição do pedido do PT.

    PT entra com recurso

    Em pedido de recurso registrado neste domingo (21), obtido pela analista da CNN Thais Arbex, os advogados de Lula alegam que a decisão da ministra, “ao deixar de retirar as publicações em tela, acabou por viabilizar a divulgação de desinformação que, ademais, é incompatível com a decisão proferida” por Alexandre de Moraes, presidente do TSE – o PT se refere a decisão anterior do ministro, na qual Moraes “determinou a apoiadores do Sr. Jair Messias Bolsonaro que se abstivessem de realizar novas postagens ou compartilhamentos atinentes à mesma notícia falsa aqui representada — dentre outras — além de ordenar a remoção de conteúdos correlatos”.

    No recurso, o PT pede que o conteúdo seja removido das redes de Bolsonaro, a determinação de que o presidente se abstenha de veicular conteúdos do mesmo teor e a cobrança de multa de R$ 25 mil, conforme previsto na Lei das Eleições.

    Coligação de Lula pede que Eduardo Bolsonaro apague post sobre fechamento de igrejas

    Em outra representação feita neste domingo, também obtida pela analista Thais Arbex, a coligação de Lula, chamada Brasil da Esperança, pede que Eduardo Bolsonaro (PL) apague post publicado nas redes sociais na qual o deputado federal acusa Lula e o PT apoiam “invasões de igrejas e perseguição de cristãos”.

    “A estratégia de desinformação e propagação de fake news empregada pelo representado emerge com nitidez. A imagem publicada por ele possui quatro prints de notícias descontextualizadas, as quais foram publicadas em épocas totalmente distintas, além de conter afirmação totalmente inverídica. A verdade é que o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula jamais apoiaram invasões de igrejas e perseguição de cristãos”, diz a representação que pede a remoção dos conteúdos.

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