Perfil médio de candidatos em 2022 é homem, casado e com superior completo
Brancos e pessoas entre 40 e 55 anos também são maioria entre os pedidos de registros feitos ao TSE
As eleições de 2022 terão um número recorde de mulheres concorrendo à Presidência da República, com quatro candidatas entre doze. A marca, ainda assim, não representa a proporção de mulheres no país. De acordo com o IBGE, elas são mais da metade da população. Nas eleições deste ano, a maioria das candidaturas, levando-se em conta todos os cargos em disputa, é de homens: 67%, de acordo os pedidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até quarta-feira (17).
As distorções entre as parcelas da população e os candidatos que as representam nas urnas não se restringem ao gênero. A questão racial e a escolaridade são exemplos disso.
Com base nos registros do TSE, a CNN mapeou o perfil médio das pessoas nas quais os eleitores brasileiros irão votar em 2 de outubro.
Distorção de gênero
Nas últimas eleições gerais, em 2018, 68% dos candidatos eram homens. E 2022, os homens representam 67% das candidaturas.
As candidaturas femininas tiveram um aumento de 2,2% em relação ao último pleito, chegando a 33% neste ano. A alta indica uma desaceleração em relação a eleições anteriores. Entre 2010 e 2014, houve uma alta de 60,6%. De 2014 a 2018, o crescimento foi de 13,3%.
Grau de instrução
O percentual de candidatos que cursaram o ensino superior era de 48% em 2018. Neste ano, é de 54,97%.
Entre os candidatos, mais da metade completou o ensino superior. Enquanto isso, segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de um quinto (17,4%) dos brasileiros com 25 anos ou mais atingiram esse grau de escolaridade.
O IBGE explica que o recorte (a partir dos 25 anos) considera a idade necessária para completar o processo de escolarização. As vagas eletivas que se abrem neste ano exigem um mínimo de 21 anos para concorrer.
Candidaturas negras
Dados de 2019 do IBGE mostram que pardos representavam 46,8% da população; pretos, 9,4%; e brancos, 42,7%. A proporção racial dos candidatos não corresponde aos números. Os pardos representam 35,66% dos pedidos de registro feitos ao Tribunal Superior Eleitoral. O percentual é o mesmo de quatro anos atrás.
As candidaturas de pretos chegaram a 13,93% em 2022; em 2018, o índice era de 10,8%.
Estado civil
O percentual de casados se manteve quase igual. Eles representavam 54% dos candidatos nas últimas eleições. Em 2022, eles representam 53%.
Os solteiros correspondem a 32% dos candidatos; os divorciados, a 13%; e os viúvos a 2%.
Faixa etária
Entre os partidos
O PMN lidera entre as legendas com mais candidatos pardos proporcionalmente, com 44,51%. O PSTU é o que tem a maior proporção de pretos, são 38,36%.
O Novo é o partido com as menores proporções de registros de pardos (15,3%) e de pretos (3,98%). A legenda tem ainda a maior concentração de brancos (79,87%).
O partido empata com PRTB, Agir e Democracia Cristã entre os que reservam as menores fatias de suas candidaturas para as mulheres, com 31%. A maior representação feminina é do Unidade Popular, com 68% dos registros.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos — Momentos marcantes das história das eleições brasileiras
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Apuração de votos nas eleições de 1960 • Arquivo Nacional
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Mesários auxiliam na votação para a eleição em São Paulo • Arquivo Nacional - 27.mar.1957
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Presidente Café Filho vota nas eleições de 1955 • Arquivo Nacional - 3.out.1955
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Pessoas aguardam na fila para votar em 1954 • Arquivo Nacional - 3.out.1954
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Mulher deposita seu voto na urna nas eleições de 1954 • Arquivo Nacional - -3.out.1954
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Presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) vota nas eleições para vereadores do Distrito Federal - o Rio de Janeiro, na época - em 1947 • Arquivo Nacional - -19.jan.1947
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José Linhares, que presidiu o Brasil interinamente entre outubro de 1945 e janeiro de 1946, saindo da cabine de votação após depositar seu voto na urna em 1945 • Arquivo Nacional - 2.dez.1945
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Pioneira Almerinda Farias Gama deposita seu voto na urna na eleição de representantes classistas para a Assembleia Nacional Constituinte de 1934. Ela foi a única mulher a votar como delegada na eleição para a Constituinte • CPDOC/FGV
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Jovem eleitora deposita o voto em urna, nas eleições municipais de 1988 • Museu do Voto (TSE) - 15.nov.1988
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Presidente Juscelino Kubitschek vota nas eleições de 1958 • Museu do Voto (TSE) - 3.out.1958
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Eleitores do interior de Pernambuco aprendem a votar na urna eletrônica, para as eleições de 1998 • Museu do Voto (TSE)
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Eleitores do interior de Pernambuco aprendem a votar na urna eletrônica, para as eleições de 1998 • Museu do Voto (TSE)
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Aliados comemoram eleição de Tancredo Neves, em janeiro de 1985 • Célio Azevedo/Agência Senado - 1.jan.1985
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Eleitor insere voto em urna de metal na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP - 2.dez.1945
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Homem repara urnas de madeira para provável utilização na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP
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Abertura de urna de madeira, em uma junta apuradora do TRE/SP, na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP
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Eleitores aguardando o momento de adentrar a seção eleitoral, em São Paulo, na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP - 2.dez.1945
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Apuração de votos realizada por uma junta apuradora do TRE/RJ, na eleição de 1945 • Museu do Voto (TSE)
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Panorama de uma seção eleitoral no estado de São Paulo na eleição de 1945 • Centro de Memória Eleitoral do TRE-SP - 2.dez.1945