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    Preconceito contra a mulher e a orientação sexual andam juntos, diz especialista

    Na semana do Dia do Orgulho Lésbico, a fundadora do Gestão Kairós, Liliane Rocha, levantou o debate sobre o duplo estigma que ocorre com mulheres lésbicas no dia a dia

    Bruna SalesTalita Amaralda CNN

    “Ser homossexual e ser mulher na sociedade brasileira é um duplo marcador que carrega uma dupla opressão”, avaliou a fundadora e gestora do Gestão Kairós, Liliane Rocha. Mulher, preta e lésbica, ela também é consultora de diversidade.

    Em entrevista à CNN Rádio, Liliane Rocha afirmou que datas comemorativas como o Dia do Orgulho Lésbico, que acontece nesta sexta-feira (19), servem para trazer à tona temas invisibilizados no cotidiano.

    “É poder falar de segurança, acesso ao mercado de trabalho, visibilidade na indústria de entretenimento, e equidade no geral”, apontou.

    De acordo com a especialista, grande parte da estigmatização direcionada às mulheres lésbicas é fruto de estereótipos. “Até pouco tempo atrás, a busca da palavra ‘lésbica’ no Google trazia conteúdo, em grande número, associado à pornografia”, exemplificou.

    “Hoje, por mais que novos conteúdos informativos sejam produzidos, essa conotação da hiperssexualização continua existindo.”

    Além do estereótipo de gênero e da homossexualidade, ainda existe o de raça, classe, de deficiência e outros, segundo Liliane Rocha. “Quanto mais marcadores a gente colocar, maior vai ser a invisibilidade e o preconceito de forma geral.”

    Outro ponto é a relação da feminilidade e/ou masculinidade com as mulheres homossexuais, “como se a lésbica necessariamente devesse ter uma expressão mais masculina. Isso não é verdade”, de acordo com a consultora.

    “As pessoas normalmente têm dificuldade em entender o direito da mulher homossexual de se expressar das mais variadas formas.”

    Sobre o alcance da discussão das pautas da comunidade LGBTQIAP+, Liliane Rocha acredita que houve avanços. “Até os anos 1960, falar até de sexualidade feminina era um tabu. Hoje nós falamos sobre mulheres lésbicas, trans, não-binárias”, relembrou.

    No entanto, a especialista indicou que os dados de assassinatos de mulheres homossexuais ainda são alarmantes. “É preciso encontrar equilíbrio entre a celebração dos avanços e a consciência para conseguirmos avançar ainda mais onde a gente precisa.”

    Sobre formas de procurar apoio, Liliane Rocha aposta no Disque 180, a Central de Atendimento à Mulher, ao conhecimento da Lei da Maria da Penha e, caso necessário, à procura de assistência social municipal.

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