Vacinação contra a varíola dos macacos busca bloquear transmissão, diz virologista
À CNN Rádio, Giliane Trindade explicou que a estratégia de imunização contra a varíola dos macacos é feita "em anel"
A virologista da UFMG e membro do comitê do Ministério da Ciência e Tecnologia que monitora a varíola dos macacos no Brasil, Giliane Trindade, explicou que a estratégia de vacinação será diferente da adotada contra a Covid-19.
O calendário de chegada das vacinas contra a doença no Brasil deve ser oficializado nesta semana.
“O recomendado é que a vacinação aconteça ‘em anel’, onde a gente busca bloquear a cadeia vacinando contatos dos indivíduos infectados”, disse, em entrevista à CNN Rádio.
Giliane lembrou que não existem grupos elegíveis por idade ou comportamentos para receber as doses, diferentemente da Covid.
“Nessa estratégia, a gente fecha o cerco naquela cadeia de transmissão a partir do infectado, por isso a importância de diagnóstico rápido para que ele não tenha chance de passar o vírus adiante”, completou.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga explicou que, a princípio, essas doses serão destinadas a profissionais que lidam com material contaminado pelo vírus que causa a doença.
Giliane concorda com a posição de Queiroga, já que “essas pessoas estão sob maior risco.”
A virologista defende que o Ministério da Saúde declare emergência de saúde pública devido à varíola dos macacos.
“A partir dela, a gente tem a chance de orquestrar a resposta em nível nacional, trabalharíamos com ações direcionadas para todas as regiões de maneira uniforme, estados poderão se organizar a partir de diretriz única”, avaliou.
Giliane vê o momento como “de alerta, não de pânico”: “Precisamos entender a situação do país, é importante que a população seja informada, sobre como o vírus está se espalhando e qual a medida para evitar o contágio”.
*Com produção de Isabel Campos