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    Incêndio em igreja do Egito deixa dezenas de mortos; 18 crianças estão entre as vítimas

    Oficiais da igreja acreditam que o incêndio foi acidental, embora a comunidade copta e as igrejas do Egito tenham sido alvo de violência e ataques religiosos historicamente

    Mostafa SalemJorge Engelsda CNNEyad Kourdida CNN*

    Pelo menos 18 crianças estavam entre as dezenas de pessoas que morreram após um incêndio em uma igreja no bairro de Imbaba, em Gizé, no Cairo, neste domingo (14), de acordo com documentos do hospital vistos pela CNN.

    As crianças tinham idades entre 3 e 16 anos, de acordo com os documentos. O número atual de mortos é de 41 mortos e 14 feridos, disse um comunicado da Igreja Copta do Egito que citou autoridades de saúde.

    O fogo começou por volta das 9h, horário local, por uma falha elétrica em uma unidade de ar condicionado no segundo andar da igreja, disse o Ministério do Interior. A pequena igreja está localizada no bairro altamente populoso de Imbaba.

    Pelo menos dois oficiais e três membros do serviço de proteção civil ficaram feridos trabalhando na contenção do incêndio, anunciou o Ministério do Interior do Egito em um post no Facebook.

    A maioria das mortes e ferimentos foi causada pela fumaça dentro das salas de aula da igreja após a falha elétrica, disse o Ministério do Interior. Oficiais da Igreja também acreditam que o incêndio foi acidental, disse Ibrahim.

    A comunidade copta e as igrejas do Egito têm sido alvo de violência e ataques religiosos historicamente, com perseguição e discriminação aumentando desde a queda do regime de Hosni Mubarak em 2011.

    “Estamos em contato contínuo com as autoridades locais e o Ministério da Saúde”, disse o chefe da Igreja Copta, Papa Tawadros II, segundo o porta-voz da igreja.

    Mariam Malak, 23, disse à CNN que havia deixado a igreja pouco antes do incêndio começar.

    “Saí da igreja depois da missa de domingo e estava a caminho do trabalho quando minha mãe me ligou, ela pensou que eu tinha sido pego no fogo. Voltei e vi [a] igreja em chamas. Eu perdi por apenas alguns minutos.

    “Todos que estavam lá foram para o céu, incluindo nosso pai Abdel Masih, que liderou as orações desta manhã e muitos de nossos familiares e amigos. Estamos tentando identificar todos agora”, disse ela.

    O presidente egípcio Abdel Fattah El Sisi tuitou suas condolências às vítimas do incêndio na igreja.

    “Ofereço minhas sinceras condolências às famílias das vítimas inocentes que se mudaram para o lado de seu Senhor em uma das casas de culto”, disse El Sisi.
    O presidente egípcio disse que está acompanhando de perto os desdobramentos do “trágico acidente” e que orientou agências e instituições estatais a tomar as medidas necessárias para lidar imediatamente com a tragédia e prestar assistência aos feridos.

    O jogador de futebol egípcio Mo Salah, que joga no Liverpool e é capitão da seleção nacional, também enviou uma mensagem de apoio aos afetados pela tragédia no domingo, dizendo em um tweet: “Minhas sinceras condolências às vítimas da Igreja Abu Sefein e meus melhores votos de uma rápida recuperação para todos os feridos”.

    Funeral em massa é organizado para sepultar as vítimas

    Parentes compareceram a um funeral em massa em Gizé, neste domingo, para algumas das 41 vítimas mortas no incêndio causado por uma pane elétrica na igreja de Abu Sifin.

    Os caixões foram colocados na igreja da Virgem Maria e do Arcanjo Miguel, onde as famílias se reuniram para lamentar e orar pelos falecidos, que eram principalmente crianças, segundo fontes.

    O incêndio começou pouco antes das 9h em Gizé e bloqueou a entrada da igreja, causando uma debandada de quase 1.000 participantes.

    As famílias dos que morreram receberão 100.000 libras egípcias (US$ 5.220), de acordo com um comunicado do gabinete. Gizé, a segunda maior cidade do Egito, fica do outro lado do Nilo do Cairo.

    Incêndios elétricos não são raros no Egito. No final de 2020, um incêndio em um hospital que tratava pacientes com Covid-19 matou pelo menos sete pessoas.

    *Com informações da Reuters 

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