Cinco empresas estatais chinesas serão deslistadas da Bolsa de Valores de Nova York
China Life Insurance, PetroChina, Sinopec, Aluminum Corporation of China e Sinopec Shanghai Petrochemical disseram que notificaram a NYSE e solicitaram deslistagem voluntária
Cinco empresas estatais chinesas, incluindo a principal empresa de energia e química do país, optaram por sair da Bolsa de Valores de Nova York até o final de agosto.
Em declarações separadas emitidas na sexta-feira (12), a China Life Insurance, PetroChina, Sinopec, Aluminum Corporation of China e Sinopec Shanghai Petrochemical disseram que notificaram a NYSE e solicitaram “deslistagem voluntária”.
Todas as cinco empresas citaram “baixa rotatividade nos EUA” e “altos encargos e custos administrativos” como razão para a saída.
No entanto, a notícia vem depois que todos os cinco foram sinalizados pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA em maio, segundo a Reuters, por não atender aos padrões de auditoria dos EUA.
A agência reguladora de valores mobiliários da China, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, disse na sexta-feira que está ciente da situação e que “é normal que as empresas listem ou saiam de qualquer mercado”
“Vamos manter contato com instituições reguladoras estrangeiras e proteger os direitos de corporações e investidores juntos”, disse.
Processo de auditoria
A notícia chega quando a Comissão de Valores Mobiliários aumenta seu processo de auditoria das empresas chinesas.
A comissão pode expulsar as empresas da bolsa de valores se elas não permitirem que os órgãos de vigilância dos EUA inspecionem suas auditorias financeiras por três anos consecutivos. A China rejeitou durante anos as auditorias americanas de suas empresas.
As empresas chinesas que são negociadas no exterior são obrigadas a manter seus documentos de auditoria na China continental, onde não podem ser examinados por agências estrangeiras.
Mas em abril, o órgão regulador de valores mobiliários da China propôs mudar uma regra de uma década que proíbe as empresas chinesas de compartilhar dados confidenciais e informações financeiras com reguladores estrangeiros. A emenda pode permitir que os reguladores dos EUA inspecionem relatórios de auditoria de empresas chinesas listadas em Nova York.
No entanto, empresas como a Alibaba estão tomando medidas para se preparar para uma potencial perda de acesso direto ao mercado de capitais dos EUA.
No final de julho, a Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) adicionou o Alibaba a uma lista de mais de 150 empresas que podem enfrentar a expulsão se suas auditorias não puderem ser inspecionadas nos próximos três anos, juntando-se a algumas das maiores empresas da China, como JD.com e Baidu.
Mesmo antes de a comissão adicionar o Alibaba à sua lista de observação, a empresa anunciou que buscaria uma listagem primária na bolsa de valores de Hong Kong.
Atualmente, o Alibaba tem uma listagem secundária na bolsa de valores de Hong Kong.
“Um status de listagem primária em Hong Kong dá aos ADRs chineses (American Depository Shares) uma opção para diversificar seu risco de listagem e manter o acesso ao mercado de ações públicas” se forem forçados a deixar os Estados Unidos, disseram analistas do Goldman Sachs em um relatório recente.
Se a transição for tranquila para o Alibaba, isso poderá “definir o caminho” para muitos outros ADRs chineses buscarem uma mudança semelhante, disseram analistas do Citi.