Bolsas dos EUA fecham em alta com inflação amena abatendo temor de alta de juros

Os índices de ações Nasdaq e S&P 500 subiram mais de 2% nesta quarta-feira (10), depois de dados mostrarem que a inflação nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em julho e reavivarem esperanças de que o Federal Reserve se torne menos agressivo nos aumentos dos juros.

Uma queda acentuada no custo da gasolina ajudou o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA a ficar estável no mês passado, após alta de 1,3% em junho, informou o Departamento do Trabalho. A estimativa de analistas consultados pela Reuters era de acréscimo de 0,2%. O IPC subiu 8,5% nos últimos 12 meses (também abaixo do esperado), após aumento de 9,1% no período até junho.

Os dados foram o primeiro sinal notável de alívio para norte-americanos que viram a inflação subir sem trégua nos últimos dois anos.

Operadores de futuros de contratos de juros Fed funds agora estão precificando chance de apenas 43,5% de que o banco central dos EUA aumente os juros em 75 pontos-base em setembro, em comparação com 68% antes dos dados. Um aumento de 50 pontos-base é tido com probabilidade de 56,5%.

“Para o mercado, é uma espécie de cenário cachinhos dourados agora, porque você tem o mercado de trabalho se segurando e a inflação potencialmente começando a cair. É assim que seria um pouso suave”, disse Shawn Snyder, chefe de estratégia de investimentos da Citi. U.S. Wealth Management em Nova York.

Mas um mês de desaceleração da inflação não é suficiente para o Fed enviar um sinal claro, disse Snyder.

“Eles precisarão ver uma tendência sustentada… para moderar a política monetária que poderia levar a uma recessão”, disse ele.

O índice S&P 500 fechou em alta de 2,13%, a 4.210,24 pontos. O Dow Jones subiu 1,63%, a 33.309,51 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 2,89%, a 12.854,81 pontos.

Foi o maior ganho em um único dia para o Nasdaq e o S&P 500 em duas semanas e para o Dow em três semanas. O S&P 500 fechou na maior pontuação desde o início de maio.