Chefe de laboratório russo de mísseis hipersônicos é preso por suposta traição
Vários cientistas foram acusados de passar material sensível a estrangeiros nos últimos anos, o que é punível com até 20 anos de prisão na Rússia
O diretor de um laboratório russo que trabalha com mísseis hipersônicos, arma que o presidente Vladimir Putin reivindica ser uma vantagem estratégica para a Rússia no conflito com a Ucrânia, foi preso por suspeita de traição, informou a agência de notícias estatal Tass nesta sexta-feira (5).
Os mísseis hipersônicos podem viajar até nove vezes a velocidade do som, e Putin disse que os artefatos russos são inigualáveis e serão implementados à Marinha nos próximos meses.
Andrei Shiplyuk chefia o laboratório de hipersônicos do instituto de mecânica teórica e aplicada de Novosibirsk e nos últimos anos coordenou pesquisas para apoiar o desenvolvimento de sistemas de mísseis com essa tecnologia, segundo o site do instituto.
No mês passado, a Tass destacou que Anatoly Maslov, outro cientista sênior do instituto também havia sido preso.
De acordo com a agência, colegas de Shiplyuk afirmaram nesta sexta-feira que buscas foram realizadas no instituto. Uma fonte não identificada pontuou que Shiplyuk havia sido transferido para a prisão de Lefortovo, em Moscou.
O Ministério da Defesa russo disse em maio que testou com sucesso um míssil hipersônico Zircon a uma distância de cerca de mil quilômetros. Dias depois, o comandante da Frota do Norte revelou que o sistema seria implantado em uma nova fragata antes do final do ano.
Vários cientistas russos foram acusados nos últimos anos de traição, crime punível com até 20 anos de prisão na Rússia, por supostamente passar material sensível a estrangeiros. Críticos do Kremlin dizem que as detenções muitas vezes resultam de “paranoia infundada”.