Em evento no Brasil, futurista diz que falta fazer “as perguntas certas”
Amy Webb, futurista norte-americana, levantou questionamentos e demonstrou otimismo para o futuro do Brasil, país com potencial de desenvolvimento através do uso da tecnologia
Nesta quinta-feira (04) em São Paulo, Amy Webb, futurista norte-americana, fundadora e CEO do Future Today Institute, disse que o Brasil tem um futuro promissor, mas não está fazendo as perguntas certas.
Webb esteve no segundo dia da Expert XP 2022, evento com debates sobre investimento, empreendedorismo, tecnologia, ESG e ações inovadoras. A futurista falou sobre identidades digitais, a relação entre tecnologia e biologia, e as tendências para um futuro promissor para o Brasil.
Não estamos fazendo as perguntas certas”. Segundo ela, o Brasil é um país de futuro, no qual ela acredita intensamente, mas que precisa de mudanças para avançar: “as pessoas precisam pensar no longo prazo. O governo precisa pensar, fazer grandes investimentos em inovação, pesquisa e desenvolvimento
Amy Webb, futurista, escritora, fundadora e CEO do Future Today Institute
Esse desenvolvimento nacional através de inovações deve ocorrer mesmo em meio ao que chamou de “VUCA”, sigla para o que, em inglês, significa “volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade”. Segundo ela, as eleições de 2022 vão mudar o curso do futuro brasileiro, que é um lugar “vibrante e incrível, mas com muitas complexidades nos relacionamentos internacionais”. Além disso, o termo remete à situação emergente da tecnologia no país, que se desenvolve durante intensas mudanças sociais.
Para corresponder às possibilidades de um futuro promissor, Webb reforçou que as perguntas certas devem ser feitas: “O que pode agir como agente de disrupção?”. Segundo ela, bons questionamentos podem levar o país a liderar internacionalmente áreas como o agronegócio, já que a indústria agrícola encontra solo fértil, mas ainda pode ser melhor administrada, focando no desenvolvimento de novidades como a biotecnologia.
Além disso, a escritora apontou que as tendências representam o movimento em direção ao futuro, o que deve ser compreendido como um conceito diferente de “moda”, que predomina por períodos, sem trazer grandes oportunidades evolutivas. Nesse sentido, reforçou que o metaverso, as criptomoedas e a inteligência artificial – questões novas e que têm protagonizado debates – não são tendências, mas sim categorias. “O metaverso é um conceito, uma ideia, um marketing até, mas não é uma tecnologia”, afirmou.
Para relacionar o futurismo a essas categorias, é necessário conectar os seres humanos às novidades tecnológicas. Segundo ela, uma das formas de fazer isso acontecer, é através da promoção de identidades digitais como uma nova versão das próprias pessoas, o que pode acontecer no metaverso. Mas Webb ainda questionou: “O que queremos para nós no futuro?”