“Seria um erro não reconhecer inflação”, diz ex-secretário do Tesouro dos EUA
Lawrence Summers afirmou que o Fed deve tomar "as atitudes necessárias" para combater a alta dos preços, e ressaltou que recessão deve acontecer em até 18 meses
O ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers destacou, durante painel do Expert XP 2022, nesta quinta-feira (4), que a alta dos preços no mundo poderia ser pior se as lideranças econômicas não reconhecessem a força da inflação e não buscassem combatê-la com rigidez.
“Eu acho que o maior erro seria não reconhecer que criamos um problema de inflação e que temos que combater ele”, disse o economista estadunidense.
Summers afirmou ainda que tem esperança que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) “vai fazer o necessário” para colocar os EUA de volta nos trilhos, fazendo alusão a um aperto monetário mais persistente.
“Eu acredito em uma recessão nos próximos 18 meses, mas tenho confiança em relação à quantia que o Fed vai empregar [de aumento dos juros] para controlar a inflação, mas não por quanto tempo”, declarou.
“Eles acreditam que vão conseguir ser bem-sucedidos em eliminar a inflação e reduzir de volta a 2% sem que a taxa de desemprego chegue a 4,1%. Eu acho que uma visão de que o Fed vai conseguir controlar a inflação sem aumentar tanto os juros pode ser até que aconteça, mas nunca vi isso na história com base na teoria econômica”, acrescentou.
Dólar valorizado
O ex-secretário do Tesouro americano pontuou que o dólar deve continuar forte nos próximos meses, pois a moeda é mais sólida que a de outros países e que os EUA “têm mais benefícios que a Europa e o Japão”.
“O dólar continuará forte, esse é o benefício de um sistema de câmbio flexível que nós temos”, concluiu.
Petróleo
Por fim, Summers apostou em uma subida do preço do barril de petróleo.
“Se me perguntar sobre possibilidade, eu acredito que a probabilidade é que o preço do petróleo suba. Eu desconfio que provavelmente o preço vai subir ao olhar o que está acontecendo, vejo isso como um tem central dos mercados para a inflação”, pontuou.