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    Confiança empresarial cai 0,3 ponto em julho, aponta FGV

    Segundo a FGV, a queda é pequena demais para sinalizar uma mudança de tendência, mas houve uma piora em relação às perspectivas para os próximos meses

    Vinicius Neder, do Estadão Conteúdo

    O Índice de Confiança Empresarial (ICE) teve ligeira queda de 0,3 ponto em julho ante junho, para 98,5 pontos, informou nesta segunda-feira (1º) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Apesar de pequena, foi a primeira queda após quatro meses seguidos de alta. Em médias móveis trimestrais, o indicador teve alta de 1,3 ponto no mês.

    Segundo a FGV, a queda é pequena demais para sinalizar uma mudança de tendência, mas houve uma piora em relação às perspectivas para os próximos meses.

    “A piora das expectativas nos quesitos que miram os seis meses seguintes sugere preocupação das empresas com uma possível desaceleração no último trimestre do ano. Entre os fatores que podem estar influenciando nesta cautela estão o aperto monetário interno, as perspectivas de desaceleração da economia mundial e a baixa confiança do consumidor”, diz a nota divulgada pela FGV.

    O ICE reúne os indicadores de confiança produzidos pelas sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

    O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

    Na passagem de junho para julho, apesar da queda no ICE agregado, a FGV chamou a atenção para o fato de que a dinâmica do setor de serviços está em trajetória mais positiva do que os demais.

    “No sentido contrário à média, o Setor de Serviços continua mostrando pujança e atinge o maior nível de confiança dos quatro grandes segmentos pesquisados, algo que não ocorria desde maio de 2012”, diz a nota da entidade.

    Assim como os demais indicadores de confiança da FGV, o ICE é formado por dois componentes principais.

    O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,3 ponto, para 100,3 pontos, no maior nível desde agosto de 2021, quando ficou em 100,5.

    O Índice de Expectativas (IE-E) recuou 2,1 pontos, para 93,7 pontos, puxando a queda do ICE agregado. É o menor nível desde abril passado, quando ficou em 94,4 pontos.

    Apesar da queda no ICE agregado na passagem de junho para julho, 59% dos 49 segmentos empresariais pesquisados nas sondagens de confiança da FGV registraram alta.

    Em junho, a difusão do resultado positivo atingiu 63% dos segmentos pesquisados.

    A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.940 empresas dos quatro setores entre os dias 1 e 27 de julho.

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