Inflação nos EUA sobe e acumula alta de 6,8% nos 12 meses encerrados em junho
Índice PCE é utilizado como referência pelo Federal Reserve para determinar elevações de juros
A inflação nos Estados Unidos medida pelo Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) subiu novamente, acumulando uma alta de 6,8% nos 12 meses encerrados em junho, segundo dados do Departamento de Comércio. O valor é o maior desde 1982.
Na comparação com o mês anterior, a alta foi de 1%, a maior desde 2005. Em maio, o PCE teve alta de 0,6% na comparação mensal, com um acumulado de 6,3%.
O valor supera o maior em 40 anos registrado em março de 2022, de 6,6%, e fica levemente abaixo da taxa de 6,9% registrada em janeiro de 1982, quando a inflação estava desacelerando de um dos níveis mais altos da história dos Estados Unidos.
O núcleo do indicador, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, veio levemente acima do esperado pelo mercado, com alta de 0,6% na comparação mensal ante as projeções de 0,5%. Com isso, o acumulado em 12 meses foi de 4,8%, ante 4,7% em maio.
O núcleo do PCE é usado como referência pelo Federal Reserve para monitorar a inflação e determinar elevações de juros.
Além do PCE, outro indicador importante de inflação é o Índice de Preços ao Consumidor (CPI). Os dois são medidos por agências governamentais diferentes e possuem cestas de produtos medidas distintas, o que leva a números diferentes entre eles.
Em junho, o CPI atingiu um acumulado em 12 meses de 9,1%, o maior valor desde 1981. Na comparação com maio de 2022, o avanço foi de 1,3%, também maior que o esperado pelo mercado.
O PCE manteve-se estável em maio e abril. No entanto, em junho, os preços da gasolina atingiram níveis recordes. Desde então, os preços ligados à energia diminuíram.
Os Estados Unidos vêm enfrentando níveis recordes de inflação, alimentadas por uma combinação de descompassos entre oferta e demanda geradas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, disparada de preços de commodities e uma demanda elevada com uma economia aquecida e um mercado de trabalho em níveis de pleno emprego.
Também divulgados nesta sexta-feira, os gastos do consumidor nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em junho. Responsáveis por dois terços da atividade econômica do país, os gastos subiram 1,1%, enquanto o dado de maio foi revisado para uma alta de 0,3%, ante 0,2%.
Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos do consumidor subiriam 0,9%.
Com informações da Reuters