Dólar cai 5,91% na semana, maior desvalorização em 20 meses; Ibovespa atinge 103 mil pontos
Principal índice da B3 encerrou em alta de 0,55%; moeda norte-americana valorizou 0,21%; moeda americana tem maior queda semanal desde novembro de 2020
O dólar fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,172, nesta sexta-feira (29), em dia de ajuste. A moeda foi beneficiada pelo Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de junho, uma medida de inflação nos Estados Unidos, que veio levemente acima do esperado, com alta acumulada em 12 meses de 6,8%, ajudando apostas de que o Fed ainda pode ter um ciclo de alta de juros mais agressivo.
Na semana, o dólar caiu 5,91%, sua maior desvalorização registrada no acumulado de cinco dias desde 6 de novembro de 2020 (-6,07%). No mês, recuou 1,12%.
Já o Ibovespa terminou com ganhos de 0,55%, aos 103.164,69 pontos. Esse foi o maior patamar desde 10 de junho, quando bateu 105.481 pontos.
O índice operou no azul ao longo do dia devido à valorização dos papéis da Petrobras, que chegaram a subir mais de 7% após resultados trimestrais positivos, e acompanhando o preço do petróleo. A commodity brent encerrou em alta de 2,68%, a US$ 110,01.
Por outro lado, o destaque negativo foi a queda de mais de 2,5% das ações da Vale, cujo balanço do trimestre não foi bem recebido pelo mercado. A empresa também recuou após o minério de ferro fechar em queda na China com a indicação de continuidade da política de Covid zero.
No acumulado de cinco dias, o Ibovespa teve alta de 4,29%, o melhor desempenho semanal desde março de 2021. No mês, valorizou 4,69%.
O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Na quinta-feira (28), o dólar teve queda de 1,66%, a R$ 5,162, no menor valor desde 21 de junho. Já o Ibovespa subiu 1,14%, aos 102.596,66 pontos, no maior valor desde 15 de junho.
Estados Unidos
A queda do dólar nos últimos dias ocorreu principalmente devido à perspectiva de um ciclo de alta de juros menos agressivo por parte do Federal Reserve, apoiado nos sinais de que a economia dos Estados Unidos está desacelerando mais cedo que o esperado.
Na véspera, a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do segundo trimestre reforçou essa visão. O mercado projetava leve crescimento, mas houve recuo, e o país entrou em uma recessão técnica.
Na quarta-feira (27), o Fed elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, mas sinalizou que as próximas altas podem ser menores dependendo dos dados econômicos.
A moeda norte-americana deve apresentar volatilidade nesta sessão, devido à formação da Ptax, uma taxa de câmbio medida pelo Banco Central, referente ao mês de julho.
Petrobras
A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 54,33 bilhões no segundo trimestre, alta de 26,8% ante o mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira.
O lucro veio acima do resultado esperado por uma pesquisa da Refinitiv, de R$ 38 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou 98,26 bilhões de reais entre abril e junho, ante R$ 61,9 bilhões no mesmo período de 2021.
A receita de vendas da empresa totalizou R$ 170,96 bilhões, frente a R$ 110,7 bilhões em igual período de 2021.
Vale
A Vale informou que o lucro líquido que inclui as operações que foram vendidas pela companhia chegou no segundo trimestre de 2022 a US$ 6,2 bilhões, um recuo de 17,33% na base anual (era R$ 7,5 bilhões no segundo trimestre do ano passado).
O lucro líquido das operações continuadas atribuível aos acionistas foi de US$ 4,093 bilhões, queda de 49,80% no período. Em moeda nacional, o lucro líquido atribuído aos acionistas da mineradora chegou R$ 20,221 bilhões entre abril e junho de 2022, ante R$ 42,977 bilhões um ano antes. Considerando R$ 9,8 bilhões com a venda das operações de carvão, em Moçambique, o lucro líquido sobe para R$ 30,033 bilhões.
No relatório financeiro divulgado nesta noite, a Vale informou ainda que o valor agregado das provisões relacionadas a Brumadinho reduziu em US$ 1,043 bilhão no segundo trimestre, para US$ 7,224 bilhões, principalmente devido ao efeito da depreciação de 11% do real brasileiro no período.
Sentimento global
A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.
O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.
No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.
O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado tem permitido uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:
Maiores altas
- 3R Petroleum (RRRP3) +6,88%;
- Petrobras (PETR3) +6,42%;
- Petrobras (PETR4) +5,76%;
- Hypera (HYPE3) +5,19%;
- Braskem (BRKM5) +5,04%
Maiores baixas
- Americanas (AMER3) -7,22%;
- Magazine Luiza (MGLU3) -5,15%;
- Usiminas (USIM5) -4,76%;
- Via (VIIA3) -4,38%;
- Grupo Natura (NTCO3) -4,18%
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*Com informações da Reuters e da Agência Estado