Sergio Vale: Empregos estão em recuperação no Brasil, mas salários reagem lentamente
Especialista CNN em Economia avaliou também, nesta quinta-feira (28), situações dos Estados Unidos e da Argentina
Embora o Brasil esteja progredindo na geração de emprego, os salários não estão acompanhando o crescimento. É o que explica o Especialista CNN em Economia, Sergio Vale, nesta quinta-feira (28).
“O emprego está em recuperação, a gente vê até um crescimento forte do emprego formal, pelos dados do IBGE, mas os salários, de fato, estão reagindo muito lentamente. A gente teve um crescimento forte dois anos atrás, com o auxílio emergencial, só que a inflação muito forte que a gente está tendo desde o ano passado, esse ano também, está corroendo o salário da população”, explicou o especialista.
Em sua avaliação, os dados sinalizam para a necessidade de uma recuperação mais prolongada da economia, de modo que os salários consigam superar a inflação, proporcionando recuperação efetiva da renda brasileira.
PIB dos EUA
Em relação aos Estados Unidos, Vale analisou a divulgação da queda do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA pelo segundo trimestre consecutivo, que leva o país a chamada recessão técnica — embora a oficialização ainda não tenha sido feita pelo Centro de Análises Econômicas.
Enquanto o mercado projetava um crescimento de 0,5%, o PIB do país caiu 0,9%.
“A recessão americana a gente imaginava que fosse acontecer mais para a frente e ela já começou a aparecer agora. Recessão técnica, de fato, com dois trimestres em sequência em queda, como a gente está vendo acontecer agora, não afasta ainda a possibilidade de a gente ter novas quedas nos próximos trimestres”, analisou Vale.
Crise na Argentina
A situação econômica também não é promissora na Argentina. O governo anunciou hoje (28) um novo “superministério” da economia — que supervisionará as áreas econômicas, manufatureiras e agrícolas do país — sob o comando do chefe da Câmara dos Deputados da Argentina, Sergio Massa.
Na avaliação do Especialista CNN, o movimento pode até gerar algum resultado, mas não resolve a crise na Argentina de maneira definitiva.
“Para lidar com essa inflação eles vão ter que fazer um plano de estabilização severo, que passa por um controle fiscal muito importante, e passe por algum tipo de controle de taxa de câmbio, alguma âncora nominal, como a gente considera, para tentar controlar a inflação no curto prazo”, pontuou.