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    Retomada da atividade impulsiona geração de empregos, avaliam especialistas

    Economistas avaliam que setor de serviços ainda deve continuar crescendo e recuperando perdas da pandemia

    Pedro Zanattado CNN Brasil Business , em São Paulo

    Nesta quinta-feira (28), foram divulgados os novos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O resultado mostra que, em junho, o país abriu 277.944 vagas formais de trabalho.

    Para especialistas, balanço mostra que os reflexos da retomada da atividade econômica após a pandemia ainda fazem o mercado permanecer aquecido. Principalmente, segundo eles, impulsionado pelo setor de serviços, que ainda se recupera.

     

     

    O resultado de junho é ligeiramente maior que o saldo de 274.582 vagas formais em maio. Os dois últimos meses apresentaram alta em relação a abril, que teve 197.443 postos de trabalho registrados.

    No acumulado do ano, o país registra 1.334.791 novos empregos, número menor que o ano passado no período de janeiro a junho, quando foi registrado 1.478.997 postos de trabalho.

    Retomada continua aquecendo mercado

    Para a professora de economia do Insper Juliana Inhasz os resultados do Caged e de demais indicadores de emprego no Brasil estão mostrando uma recuperação persistente da economia.

    “Mostra que estamos absorvendo no lado formal, apesar de ainda ser um número baixo, quando comparado com a força de trabalho. Mas é um número importante, um número interessante. E também pelo fato de que a característica desse emprego formal também tem sido persistentemente melhor”, afirmou.

    Contudo, a especialista lembra sobre a informalidade. Segundo Inhasz, ainda existe uma criação de vagas formais relativamente baixa frente a informalidade alta, como tem sido observado pelos dados da PNAD Contínua.

    Segundo os últimos dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE em junho, a taxa de informalidade do país ficou em 40,1% da população ocupada, contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021.

    Outro ponto abordado pelos especialistas é a inflação como um fator que também contribui para um aumento de contratações.

    “Com a queda de renda que a inflação trouxe, temos um cenário de pessoas com menor renda, o que barateia a mão de obra”, disse Joelson Sampaio, economista da FGV.

    Setor de serviços

    Os números mostram que, no mês de junho, os cinco grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo, com destaque para o setor de serviços, com a geração de 124.534 novos postos de trabalho formais, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas (65.827 postos).

    O economista da LCA Consultores Bruno Imaizumi avalia que o resultado do Caged “surpreendeu novamente” e faz um destaque para o sub-setor de atividades administrativas e serviços complementares – que faz parte do setor de serviços e foi responsável por 41,6 mil vagas em junho.

    “Isso é um reflexo da volta das empresas ao esquema presencial ou hibrido de trabalho. Com elas voltando aos seus escritórios temos a contratação de pessoas para certos serviços [nos locais]”.

    Ainda sobre os serviços, Imaizumi explica que o segmento de alojamento e alimentação é o único que ainda não recuperou todas as perdas causadas pela pandemia, com uma “queda de 0,3% ao observarmos o estoque de fevereiro de 2020”.

    O economista reitera a importância da retomada da atividade econômica para o resultado e também menciona que essa atividade vem se beneficiando dos estímulos fiscais e transferências de recursos públicos para diversos segmentos da população que foram aprovadas pelo Congresso – como é o caso da PEC dos Benefícios.

    Salários

    Na média nacional, os salários iniciais pagos a quem foi admitido em um novo emprego em maio foi de R$ 1.922,77. Comparado ao mês anterior, houve acréscimo real de R$ 12,99 no salário médio de admissão, uma variação em torno de 0,68%.

    Bruno Imaizumi explica que o movimento de melhora é positivo. No entanto, o economista diz que, ao observar a avaliação interanual ainda existe “uma queda significativa de 5% aproximadamente”.

    Segundo estimativas revisadas da LCA Consultores, o Brasil deve finalizar o ano de 2022 com a criação de 1,9 milhão de vagas formais. A projeção anterior da consultoria era de 1,5 milhão de vagas.

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