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    CNN Entre Mundos

    Compondo 1% da população dos EUA, metade dos taxistas em NY são muçulmanos

    No episódio dessa semana do CNN Entre Mundos, Pedro Andrade explora comunidade islâmica no bairro do Queens

    CNN

     

    Os muçulmanos compõem 1% da população dos Estados Unidos, o que representa menos de 4 milhões de pessoas. Destes, cerca de 800 mil vivem em Nova York, a maioria deles no bairro do Queens — para onde vai Pedro Andrade no episódio dessa semana do CNN Entre Mundos.

    Na cidade de Nova York, 9% dos médicos são muçulmanos. Os membros da religião também representam 11% dos engenheiros locais e metade dos motoristas de táxi.

    Mouhamadou Aliyu, que integra a massa de imigrantes taxistas em Nova York, relata as dificuldades de sua condição. “Se prestar atenção, vai ver que os americanos não dirigem táxis. Eles não querem, é muito duro, é um trabalho muito estressante”, afirma.

    O taxista chegou a Nova York em 1994, aos 21 anos de idade, enquanto sonhava em estudar e se tornar médico. Logo começou a trabalhar e se viu “preso ao trabalho” para conseguir ajudar a família que não havia o acompanhado.

    Para o futuro, espera que seus filhos tenham oportunidade de seguir caminhos profissionais diferente do seu. “Não quero que eles façam isso, é muito duro.”

    As consequências do 11 de setembro

    Apesar de os EUA serem um país que integra diversas culturas e abriga uma gama de imigrantes, as conversas com membros da comunidade islâmica vivendo em Nova York demonstram os obstáculos que ainda existem.

    O político muçulmano Zohan Mamdani, que vive nos Estados Unidos desde os sete anos de idade, conta que após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, por exemplo, a sensação de estigma em relação ao seu povo aumentou.

    “Grande parte disso vem da ausência de debate sobre o papel da mídia americana como produto de exportação para o mundo. Quando muçulmanos são rotulados como vilões na mídia americana, aquilo é consumido no mundo inteiro!”, avalia Mamdani, que nasceu no leste da África.

    Mamdani não é o único que percebeu os ataques promovidos pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda atuando na percepção negativa contra a população muçulmana nos EUA.

    “Eu conheço pessoas absolutamente comuns que logo após o atentado de 11 de setembro foram amarradas dentro de suas casas enquanto os policiais procuravam por sei lá o quê. Eu nasci nos Estados Unidos, tenho um passaporte, sou um cidadão americano, e mesmo assim recebo visitas do FBI em casa, já fui detido, monitorado, perfilado”, conta o diretor do centro islâmico da Universidade de Nova York, Imam Khalid Latif.

    O Entre Mundos é exibido todos os domingos às 21h na CNN e nas plataformas digitais.

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