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    Eleições 2022

    Falta de articulação do Judiciário faz conflito entre Bolsonaro e Moraes parecer pessoal, diz cientista político

    Para Creomar Souza, ministro do STF “tomou para si” responsabilidade de combater discurso de ódio na política

    Daniel Reisda CNN

    A falta de articulação entre instâncias do Poder Judiciário no combate ao discurso de ódio na política faz o conflito entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes parecer “pessoal”, de acordo com o cientista político e analista de risco Creomar de Souza.

    “Uma vez que falta essa articulação com outras instâncias do Judiciário e mesmo o Ministério Público, tem-se a impressão de que é uma querela pessoal de Alexandre de Moraes e Bolsonaro e não uma situação em que a democracia brasileira possa ser colocada em risco, à medida que pessoas estimulam discursos que apregoam ódio ou violência contra os que pensam de forma distinta”, disse Souza em participação no WW, da CNN.

    Nesta sexta-feira (22), por decisão de Moraes, a Polícia Federal prendeu, em Belo Horizonte, um homem suspeito de veicular informações falsas acerca da atuação da Corte. O homem chegou a tentar resistir à prisão.

    A questão central, de acordo com Souza, é saber se o país terá um espiral de violência que fará com que esses casos deixem de ser “isolados” e ocorra uma “erupção” de grandes problemas nas ruas.

    Segundo o cientista político, o discurso do presidente “é muito hábil em colocar aqueles que são antagonistas a ele em armadilhas retóricas ou armadilhas de ação”. Isso porque, em sua avaliação, quando o presidente estimula posicionamentos mais agressivos, há duas reações possíveis.

    A primeira, segundo ele, seria o “silêncio”. Neste caso, a vantagem da narrativa é que “dá a ideia de que aqueles que são atacados têm medo por ficarem em silêncio”, afirmou Souza. Já uma reação concreta pode levar à construção de um “culto à celebridade” em torno da figura do atual presidente, de acordo com o cientista político.

    “O ponto é que diante do grau de dificuldades que esse processo eleitoral apresenta, me parece que o ministro Alexandre de Moraes tomou para si essa responsabilização [de combater os discursos de ódio]”, avaliou Souza.

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