Itália realizará eleições em setembro após renúncia do primeiro-ministro Draghi
Será o primeiro pleito de outono em mais de um século; até a formação de um novo governo, o agora ex-premiê continua interinamente
A Itália realizará eleições nacionais antecipadas em 25 de setembro. O pleito foi convocado após o primeiro-ministro Mario Draghi renunciar ao cargo nesta quinta-feira (21) em meio a um colapso da base governista.
O anúncio do agora ex-premiê causou tremores nos mercados financeiros.
Será a primeira eleição nacional de outono em mais de um século na Itália, onde a segunda metade do ano é normalmente destinada à aprovação da lei orçamentária no parlamento.
A probabilidade é que seja uma campanha turbulenta.
Um bloco de partidos conservadores, liderado pelos Irmãos da Itália, de extrema-direita, parece ter uma clara maioria nas urnas, mostra uma pesquisa de opinião divulgada nesta semana.
Draghi, que liderou uma ampla coalizão por quase 18 meses, apresentou sua renúncia no último dia 14, mas teve o pedido negado pelo presidente Sergio Mattarella, que solicitou ao premiê que buscasse uma nova aliança no parlamento.
Nesta quinta, após perder a base de apoio, o primeiro-ministro apresentou uma nova carta de renúncia ao chefe de Estado.
“Devemos lidar com as emergências relacionadas à pandemia, à guerra na Ucrânia, à inflação e ao custo da energia”, disse Draghi a colegas de gabinete.
Ele afirmou que o governo também deve implementar o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência, que prevê que a Itália utilize bilhões de euros de fundos da União Europeia pós-pandemia em troca de reformas.
Embora a votação esteja marcada para o final de setembro, pode levar semanas até que um novo governo seja empossado.
A coalizão da Itália se desfez na quarta-feira (20), quando três dos principais parceiros de Draghi boicotaram um voto de confiança que ele havia convocado para tentar acabar com as divisões e renovar sua aliança fragmentada.