É importante que movimentos contra machismo, racismo e homofobia se unam, diz ativista
À CNN Rádio, a presidente da Organização da Parada do Orgulho LGBTI+, Claudia Regina Garcia, disse que sofreu “preconceito dobrado” por ser uma mulher negra e lésbica
Em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural+, a presidente da Organização da Parada do Orgulho LGBTI+, Claudia Regina Garcia, contou a experiência dela desde os anos 80 no ativismo.
No próximo dia 25 de julho é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, reconhecida pela ONU desde 1992.
“Eu digo que é o preconceito dobrado, além do machismo, a mulher negra é vista como de segunda categoria, e lésbica de terceira categoria, o primeiro preconceito que me atacou foi o racial, quando me assumi lésbica foi o pacote da ‘pessoa de segunda classe’”, disse.
Ao mesmo tempo, Claudia acredita que é importante “conquistar espaço junto e fazer progressos juntos”, tanto contra o machismo, como contra o racismo e a homofobia.
“Não é uma luta contra a outra”, defendeu.
A ativista conta que sempre se preocupou em evitar que a colocasse em uma caixa de “vitimismo”.
“Nunca deixei, sempre juntei todos os movimentos, não focava só na questão negra, lésbica, ou da mulher, mas sabia identificar quando tinha tratamento de coitadinha, ou vítima, sutil, mas aconteceu, hoje não acontece, a partir dos anos 90 avançou bastante a luta contra o racismo, ainda falta, assim como contra o machismo.”
Claudia Regina afirma que o processo contra o preconceito “vai demorar muito para se vencer”: “É importante ver que a televisão mostre mais como é, não é um país de loiros de olhos azuis, já mestiços, negros, mulatos, tem que estar na tela, isso quebra paradigmas.”
Ela ainda defendeu que este é um avanço que será demorado: “Acho que o racismo, assim como machismo e homofobia, são coisas com profundidade tão grande, há resistência em aceitar, até necessidade de afirmar o preconceito como ‘liberdade de expressão’, não pedimos mais direitos, isso é importante de dizer”.