Promotores do Japão investigam pagamentos de patrocinador à membro do conselho organizador das Olimpíadas
Investigação apura se valores pagos pela varejista de roupas AOKI Holdings a Haruyuki Takahashi foram legais
Os promotores de Tóquio estão investigando pagamentos da varejista de roupas AOKI Holdings, uma empresa patrocinadora olímpica, a uma empresa administrada por um ex-membro do conselho do Comitê Organizador de Tóquio 2020, informou a mídia japonesa nesta quarta-feira (20).
O jornal Yomiuri disse que a investigação está analisando se pagamentos de pelo menos 45 milhões de ienes (cerca de R$ 1,7 milhão) entre 2017 e 2021 a uma empresa administrada por Haruyuki Takahashi violaram uma lei que proíbe funcionários públicos de receber dinheiro em relação a seus cargos.
Os membros do conselho da comissão organizadora foram considerados quase-funcionários públicos.
A Reuters não conseguiu estabelecer detalhes de contato de Takahashi, ex-executivo da agência de publicidade Dentsu Inc.
No entanto, Takahashi foi citado pelo jornal de negócios Nikkei dizendo que sua empresa recebeu honorários por fornecer consultoria relacionada a esportes à AOKI. Como membro do conselho, ele não se envolveu em assuntos que diziam respeito aos interesses financeiros de ninguém, incluindo a venda de produtos licenciados oficiais, disse ele ao jornal.
O Ministério Público do Distrito de Tóquio disse que não comentaria um caso individual.
A AOKI disse que as reportagens da mídia não se basearam em nada que a empresa havia anunciado e se recusou a comentar mais.
Como “apoiadora oficial” dos Jogos de Tóquio, a AOKI forneceu os uniformes dos árbitros e vendeu produtos licenciados, como jaquetas com emblemas olímpicos.
A Reuters informou em março de 2020 que Takahashi recebeu mais de US$ 8 milhões (cerca de R$ 43 milhões) em 2013 e 2014 pelo comitê de candidatura olímpica de Tóquio por atividades não reveladas.
Na época, ele disse à Reuters que seu trabalho incluía fazer lobby com membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e disse que não havia nada de impróprio com os pagamentos que recebeu ou com a maneira como usou o dinheiro.
No final de 2020, o chefe do COI, Thomas Bach, disse que nenhuma regra do órgão foi infringida pelos pagamentos.