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    TCU se prepara para julgar Deltan em agosto; expectativa é pela condenação

    Caso seja condenado, ex-procurador, que é pré-candidato a deputado federal, pode se tornar inelegível

    Renata Agostini

    O Tribunal de Contas da União (TCU) se prepara para julgar na primeira quinzena de agosto o processo que apura diárias, passagens e gratificações pagas pela força-tarefa da Lava Jato a procuradores. A expectativa na corte é pela condenação do ex-coordenador do grupo, o ex-procurador Deltan Dallagnol.

    Trata-se de uma tomada de contas especial aberta para apurar gastos realizados pelo principal braço da extinta Lava Jato. A se confirmar a tendência, que é compartilhada por ministros do TCU sob reserva, Deltan pode se tornar inelegível. Ele é pré-candidato a deputado federal.

    Ele poderá recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas corre o risco de ter a candidatura impugnada e ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa com a decisão do TCU.

    A área técnica do tribunal recomendou que o caso seja arquivado por entender que os pagamentos feitos foram legais. Mas a avaliação na corte é que essa manifestação dos técnicos não altera a disposição de diversos ministros de condenar Dallagnol.

    Dantas, relator do caso, já sinalizou aos colegas do TCU que irá encaminhar o caso para julgamento já na primeira semana de agosto, logo após o fim do recesso. Ele aguarda agora o relatório do Ministério Público de Contas, que tem prazo até o dia 2 de agosto para finalizar o trabalho. A intenção do ministro é, no mais tardar, julgar o processo no dia 09 de agosto.

    Dantas também compartilhou com colegas da corte alguns achados da apuração, como as planilhas mostrando os gastos das forças-tarefas. Na mira, estão Deltan Dallagnol, como coordenador da Lava jato em Curitiba, e também Rodrigo Janot, que era procurador-geral da República na época.

    Procurado, Deltan afirmou por meio de nota que “manifesta mais uma vez sua perplexidade e indignação com a perseguição que vem sendo feita àqueles que dedicaram suas vidas para combater a corrupção”.

    O ex-procurador disse ainda que “enxerga uma clara retaliação do sistema contra o trabalho desenvolvido por procuradores em Curitiba, que recuperaram mais de R$ 15 bilhões para os cofres públicos”.

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