Onda de calor atinge Portugal e Espanha e aumenta risco de incêndios florestais
Temperaturas em Portugal, país atingido pela seca, devem ultrapassar 40 graus Celsius
O aumento das temperaturas em Portugal obrigou as autoridades a colocar mais da metade do país em “alerta vermelho” nesta terça-feira (12) e enviar centenas de bombeiros para combater as chamas na região central, em meio a uma onda de calor que também varreu a Espanha.
As temperaturas em todo o país atingido pela seca devem ultrapassar 40 graus Celsius, disse a agência meteorológica de Portugal, a IPMA.
Em Santarém, ao norte de Lisboa, um incêndio florestal que começou na semana passada reacendeu na terça-feira devido aos fortes ventos e cerca de 400 bombeiros foram mobilizados para o apagar.
A vizinha Espanha também enfrenta alto risco de incêndios florestais, sendo as regiões de Extremadura, Castela e Leão as principais preocupações, disseram as autoridades. A província de Ourense, no noroeste, estava em “alerta vermelho”, onde as temperaturas deveriam chegar a 42°C.
Na capital portuguesa, que fervilha de turistas, as pessoas tentam se refrescar bebendo água, tomando sorvete ou indo para a beira do rio ou praias próximas.
Em uma pequena área de praia à beira do rio Tejo, um casal britânico e seu filho aproveitaram o sol da manhã antes que ficasse muito quente para sair.
“Ficamos de olho no clima antes de chegarmos e sabíamos que estaria quente.. é bem parecido no Reino Unido, mas não temos ar condicionado lá”, disse Megan Slancey, de 28 anos, dando risada.
O Met Office da Grã-Bretanha emitiu um alerta de calor extremo, já que as temperaturas continuam a aumentar nesta semana e no início da próxima semana em grande parte da Inglaterra e do País de Gales.
Clare Nullis, porta-voz da Organização Meteorológica Mundial, disse em um briefing das Nações Unidas na terça-feira que, embora a onda de calor, a segunda da Europa neste ano, esteja afetando principalmente Portugal e Espanha, é provável que se espalhe para outros lugares.
“Está afetando grandes partes da Europa e vai se intensificar”, disse Nullis.
Com as mudanças climáticas causadas pelo homem provocando secas, espera-se que o número de incêndios florestais extremos aumente 30% nos próximos 28 anos, de acordo com um relatório da ONU de fevereiro de 2022.
“Você definitivamente vê que o clima mudou nos últimos anos”, disse Paul de Almeida, 51 anos, um sul-africano que visita Lisboa. “Temos que tomar medidas para resolvê-lo.”