Pré-candidatos a presidente falam sobre a implementação do 5G no Brasil
Tecnologia passou a ser usada no país na última semana; Anatel espera que ela alcance todas as cidades brasileiras até 2029
A tecnologia 5G começou a funcionar no Brasil na última quinta-feira (6). Brasília foi a primeira cidade brasileira a receber a novidade. A quinta geração da telefonia móvel promete mais velocidade para baixar e enviar arquivos, redução do tempo de resposta entre diferentes dispositivos e conexões mais estáveis.
A evolução vai permitir conectar diversos objetos à internet ao mesmo tempo e aumentar a possibilidade de interação entre os dispositivos.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) espera que todas as capitais brasileiras estejam operando com o 5G até 29 de setembro.
Dados da Anatel mostram que 391 municípios brasileiros ainda não possuem sequer cobertura 4G — o que equivale a 7% das cidades do país.
A CNN perguntou aos pré-candidatos à Presidência da República o que eles pensam sobre a implementação do 5G no Brasil e o uso da tecnologia para políticas públicas.
Confira abaixo as respostas:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT):
O 5G não é apenas uma evolução incremental em relação ao 4G. Trata-se de uma infraestrutura que, ao lado de outras tecnologias como IoT, IA, BIG DATA e EDGE Computing, deverão revolucionar os sistemas produtivos industriais, a produção agrícola, os serviços de toda natureza, enfim, o conjunto das atividades econômicas e sociais.
Em nosso programa de governo, a Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) tem um caráter estratégico e central para o Brasil se transformar em um país efetivamente desenvolvido e soberano, no caminho da sociedade do conhecimento. Por isso, propomos um grande processo de transformação digital no país, assegurando internet de qualidade em todo território e para todos e todas.
Nosso esforço será para a implementação do 5G com agilidade por meio de um plano nacional de desenvolvimento tecnológico e de inovação, com envolvimento de universidades e centros de pesquisa, os governos e as empresas, para que essa tecnologia possa entregar resultados rápidos e eficazes ao conjunto da nossa sociedade, como usuários, pequenas e médias empresas, indústria, tecnologia no campo etc.
Também está no radar a aplicação do 5G em setores como educação e saúde. Para isso, é fundamental priorizar a agenda de inovação em políticas e serviços públicos, desburocratizando a realização de testes e pilotos, fortalecendo as redes e os laboratórios de inovação e criando condições institucionais para a experimentação, agilidade e foco no cidadão, em linha com as melhores práticas internacionais.
Infelizmente, os contratos assinados pelo atual governo, além de atrasados, não estabeleceram exigências de contrapartidas de conteúdo tecnológico e produtivo local às empresas fornecedoras da tecnologia 5G.
Jair Bolsonaro (PL):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Ciro Gomes (PDT):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
André Janones (Avante):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Simone Tebet (MDB):
A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.
Pablo Marçal (Pros):
Vejo com muita preocupação o fato de não termos criado base para usar essa tecnologia a favor da economia. Vamos aos números reais da internet? A Pnad contínua revela que 40 milhões de pessoas não acessam a internet e 35 milhões de brasileiros não têm sequer aparelho celular. Esses números batem com os números da miséria já que 33 milhões de brasileiros não têm o que comer na mesa. Sempre falo de empresarização e virtualização como caminhos mais curtos para fazer o Brasil prosperar, mas temos que vencer a exclusão digital e ela é feita pelo poder econômico do brasileiro que foi engolido pela inflação e pelo desemprego. Para esses excluídos o único “G” que eles conhecem é o “G” do “gemido”. Vai dar mais trabalho pra gente resolver isso, mas vamos colocar comida na mesa do povo, criar formas de alcançar as populações vulneráveis e promover a maior virtualização do planeta. O Brasil vai prosperar porque o povo vai aprender a prosperar. O poder é do povo e a informação alimenta a identidade. Quando o governo deixa as pessoas desinformadas, elas ficam sem saber até quem elas são. Já pensou se cada brasileiro, incluindo os mais pobres e miseráveis, tivesse acesso a rede e tivesse pelo menos um celular? Se der acesso a informação para todos o “G” de gado vai virar “G” de governo e de governalismo.
Felipe d’Avila (Novo):
O Brasil faz muito bem em adotar a tecnologia 5G o quanto antes. A inovação é o motor do desenvolvimento econômico. O Brasil ainda sofre com o vício em políticas protecionistas, como ocorreu por muito tempo com a “Lei da Informática”, que criava reservas de mercado enquanto condenava o país ao atraso.
Sem a privatização da “Petrobras da telefonia”, a antiga Telebrás, nós dificilmente teríamos 5G por aqui. Acredito que devemos abraçar ainda mais a o livre comércio e a abertura econômica, que alavancam a inovação e o crescimento econômico.
José Maria Eymael (DC):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Leonardo Pericles (UP):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Luciano Bivar (União Brasil):
A implementação do 5G pode melhorar a vida da população de várias formas. Os serviços públicos poderão ser ofertados de forma mais ágil, as tecnologias de segurança serão aprimoradas e a telemedicina será muito mais eficaz. Os avanços serão enormes em várias áreas.
A evolução da tecnologia é um caminho sem volta e foi pensando nisso que foquei meu plano de governo na proposta de um imposto digital, mais justo e menos oneroso para o povo e para as empresas. A simplificação da cobrança de impostos vai gerar uma economia de cerca de 3% do PIB por ano, ou seja, cerca de R$ 240 bilhões serão poupados anualmente só com o enxugamento da máquina arrecadadora e esse dinheiro poderá ser revertido para o bem-estar da população.
Sofia Manzano (PCB):
A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.
Vera Lúcia (PSTU):
O 5G e todas as novas tecnologias que vêm surgindo são fundamentais para o desenvolvimento econômico, social e político de qualquer país no mundo. Enquanto o Brasil atrasou a implementação por vários anos, muitos países já têm 5G desde 2019. Enquanto a Coreia do Sul discute testar o 6G em 2026 e lançá-lo comercialmente em 2028, aqui se fala em terminar a cobertura do 5G em 2029.
A responsabilidade, claro, é da incompetência do governo federal e da Anatel, mas não só. Essa história de que obrigatoriamente tem que entrar tudo para as empresas privadas estrangeiras é que nos deixam nessa situação dependente e subalterna.
Vejam que Trump e Biden brigam contra o predomínio da China no 5G, assim como a China tenta ganhar terreno nisso. Por que fazem isso? Porque o domínio das tecnologias é fundamental para os interesses nacionais. Enquanto isso, no Brasil, seguimos dependentes de um dos três: EUA, China ou Europa.
Esse nosso atraso gera lucros para as empresas multinacionais que dominam a economia do nosso país, por isso é tão difícil romper isso. Por exemplo, toda a tecnologia do 5G é importada e não vai agregar em nada no sentido de dominarmos a produção e o desenvolvimento dela.
Enquanto as operadoras de telefonia e internet do país, a maior parte também na mão de empresas estrangeiras, vão cobrar a fatura desse investimento da população, através de tarifas caríssimas e com um serviço de péssima qualidade.
É preciso enfrentar o poder dessas multinacionais. Precisamos de massivos investimentos em Ciência e Tecnologia, assim como telecomunicações, para que possamos ter produção e desenvolvimento de tecnologia de ponta que não fique atrás dos demais países e consigamos não ter essa dependência tecnológica e econômica.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – Os pré-candidatos à Presidência
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