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    Com robustez nos serviços, mercado revisa para cima PIB de 2022, diz economista-chefe do Inter

    Melhora nas expectativas para economia brasileira no ano está atrelada a uma retomada melhor que o esperado do setor de serviços no primeiro semestre, diz Rafaela Vitória à CNN

    Do CNN Brasil Business*

    As revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, com bancos como Goldman Sachs e Itaú projetando um crescimento maior, estão ligadas à “robustez” do setor de serviços no primeiro semestre, segundo a economista-chefe do Inter Rafaela Vitória.

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (8), Vitória afirmou que as revisões ainda não refletem o impacto da PEC dos Benefícios, mas sim uma “surpresa da atividade no primeiro semestre, com uma robustez maior do setor de serviços, que vem crescendo com a reabertura, com a normalização e uma demanda reprimida mais forte que o esperado”.

    O Inter, por exemplo, deve anunciar uma nova revisão de projeção, com um crescimento maior do PIB no fim deste ano, elevando a previsão de 1,6% para 2%. O movimento segue revisões recentes anunciadas por bancos e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

    Segundo ela, o desempenho positivo da economia brasileira em 2022 está ligado ao crescimento do setor de serviços e de commodities, cujos preços tiveram uma forte alta no mercado internacional nos últimos meses.

    Para 2023, a economista espera que o PIB tenha dois impactos negativos, reduzindo o crescimento. O primeiro será uma desaceleração econômica global, com previsões negativas de crescimento nos Estados Unidos e Europa e uma consequente queda da demanda por commodities, com preços caindo e impactando o Brasil.

    Já o segundo impacto será o do aperto monetário pelo Banco Central. A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,25%, e deve subir ainda mais. Entretanto, Vitória avalia que “o aperto está defasado. O Banco Central tem subido juros desde o ano passado e ainda não fez efeito na economia, e devemos ver esse efeito apenas em 2023”.

    Além disso, ela avalia que os estímulos do governo com a PEC levarão a um crescimento maior em 2022, mas que a “conta” será paga no próximo ano, prejudicando a economia.

    A economista-chefe do Inter afirma ainda que as famílias brasileiras devem começar a sentir um alívio em relação à inflação no segundo semestre.

    “Começamos a ver a economia recuperando mais, principalmente serviços gerando mais emprego, e o mercado de trabalho mais aquecido. A massa salarial começa a crescer um pouco mais, então pode dar um alívio para as famílias com uma renda maior. Com a expectativa de inflação menor no segundo semestre, pode começar a ver um alívio para as famílias”, diz.

    Publicado por João Pedro Malar