Reconstrução da Ucrânia é “tarefa comum” do mundo democrático, diz Zelensky
Presidente ucraniano participou virtualmente de conferência que visa definir um roteiro para a reconstrução do país após invasão russa
A reconstrução da Ucrânia é uma “tarefa comum” do mundo democrático, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta segunda-feira (4) durante a declaração de abertura da “Conferência de Recuperação da Ucrânia” em Lugano, Suíça – uma conferência de dois dias que visa definir um roteiro para a reconstrução da Ucrânia após a invasão da Rússia.
“A reconstrução da Ucrânia não é um projeto local. Não é um projeto de uma nação, mas uma tarefa comum de todo o mundo democrático, todos os países que podem dizer que são civilizados”, disse Zelensky no discurso virtual.
O presidente ucraniano também disse que restaurar seu país significa restaurar o princípio da vida, “restaurar o espaço da vida, restaurar tudo o que torna os humanos humanos”.
Essa reconstrução também implica “uma oportunidade para nossos países, nossas empresas e nossos especialistas mostrarem por que a liberdade é mais poderosa que qualquer tirania”, acrescentou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou nesta segunda que a União Europeia (UE) propôs a criação de uma plataforma de reconstrução para ajudar o governo ucraniano a reconstruir o país após a guerra com a Rússia.
A Comissão Europeia propôs ao governo da Ucrânia a criação de uma plataforma de reconstrução para mapear as necessidades de investimento, coordenar ações, canalizar recursos e, claro, apoiar uma ambiciosa agenda de reformas”, disse Von der Leyen durante a cerimônia de abertura. da conferência de recuperação da Ucrânia.
“Esta plataforma será o lugar para moldar orientações estratégicas e prioridades para nosso trabalho comum”, acrescentou.
Von der Leyen também disse que a plataforma “se concentrará na reconstrução à prova de futuro, avançando em direção à neutralidade climática, abraçando a década digital [e] construindo uma economia social de mercado que não deixa ninguém para trás”.
Ela continuou dizendo que o objetivo do Kremlin é “minar a própria existência da Ucrânia como Estado”, a “destruição militar, política e econômica” do país e que a União Europeia “nunca deixará isso acontecer”.
Von der Leyen acrescentou que a UE já mobilizou 6,2 bilhões de euros em apoio financeiro e que “mais tem que vir e mais virá”.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, reiterou a necessidade de assistência financeira em seu discurso na conferência, dizendo que o plano de recuperação do país custará cerca de US$ 750 bilhões. Shmyhal disse que os ativos russos confiscados devem ser uma importante fonte de financiamento.
“Quem deve pagar pelo plano de recuperação que já está estimado em US$ 750 bilhões? Acreditamos que a principal fonte de recuperação deve ser os bens confiscados da Rússia e dos oligarcas russos. As autoridades russas desencadearam esta guerra sangrenta. Eles causaram essa destruição maciça e devem ser responsabilizados por isso”, disse Shmyhal durante a conferência, acrescentando que “os ativos congelados da Rússia, segundo várias estimativas, variam de US$ 300 bilhões a US$ 500 bilhões”.
De acordo com o primeiro-ministro ucraniano, outras fontes de financiamento para o plano de recuperação devem incluir doações e empréstimos bonificados de organizações financeiras internacionais e países parceiros, investimentos do setor privado e contribuições fora do orçamento de indivíduos e empresas, bem como fundos orçamentários próprios da Ucrânia.
O primeiro-ministro também disse que as perdas diretas de infraestrutura da Ucrânia somam mais de US$ 100 bilhões.
“Mais de 1.200 instituições de ensino, mais de 200 hospitais, milhares de quilômetros de gasodutos, redes de água e eletricidade, estradas e ferrovias foram destruídas ou danificadas”, disse Shmyhal.