Golpe: “Parece que há elementos substanciosos para uma avaliação penal”, diz Gilmar Mendes à CNN
Em entrevista exclusiva à CNN, ministro comentou operação que investiga plano de golpe de Estado após eleição de 2022
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, comentou – em entrevista à CNN – a operação da Polícia Federal que investiga um grupo responsável por organizar e elaborar um plano de golpe de Estado, após o resultado da eleição presidencial de 2022.
“Eu acho que há dados substanciosos, substanciais, de envolvimento de pessoas do alto escalão do governo, também na alta hierarquia militar conforme vocês [imprensa] têm noticiado, a partir desse bom serviço, acho, que prestou o ministro Alexandre ao retirar o sigilo das investigações. Do contrário, ficamos perplexos e sujeitos a muita especulação. […] Me parece que há elementos substanciosos para uma avaliação penal do tema”, avaliou o decano.
A expectativa do ministro, no entanto, é de que as devidas providências devem ser tomadas apenas no início do ano que vem, por conta do recesso de fim de ano.
Questionado sobre o plano, articulado pelo grupo criminoso, de acordo com a PF, para assassinar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, também do STF, Gilmar Mendes disse não encontrar adjetivos para expressar a gravidade dos fatos.
“Eu acho que a gente não encontra adjetivo para apontar a gravidade desses fatos. Como descemos na escala das degradações de tudo muito grave, tudo o que ocorreu e que tem sido revelado”, disse.
Investigação
Na última terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes encaminhou, à Procuradoria-Geral da República (PGR), a investigação sobre a suposta tentativa de golpe.
Cabe agora à PGR avaliar as investigações criminais, dispostas no inquérito.
A partir da investigação, o procurador-geral Paulo Gonet deverá decidir se denuncia o ex-presidente e os demais investigados pelos crimes apontados pela PF, se solicita o arquivamento das investigações ou se pede mais diligências aos investigadores.