Fontes: Plano de golpe é a ação mais forte contra Bolsonaro
Interlocutores da PGR veem denúncia como certa; avaliação, no entanto, é diferente para os casos das joias e das vacinas
Interlocutores da Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmam que, das investigações que tramitam contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), a mais forte é a que apura a tentativa de golpe de Estado.
A denúncia contra o ex-presidente é considerada certa nos bastidores do Ministério Público – avaliação que não é tão categórica em outros processos, como o da venda de joias sauditas no exterior e o da falsificação do cartão de vacina contra a Covid-19.
Antes de avaliar se acusa formalmente Bolsonaro ou se serão necessárias ainda mais diligências sobre a trama golpista, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, aguarda o relatório conclusivo da Polícia Federal (PF), o que deve ocorrer até o fim do mês.
Fontes do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a operação da PF contra militares que planejavam assassinar autoridades brasileiras agrava a situação de Bolsonaro, elevando a expectativa de que ele venha a ser denunciado em breve.
Um dos alvos da operação foi o general da reserva Mario Fernandes – próximo de Bolsonaro, ele foi o “número dois” da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo do ex-presidente e chegou a assumir a pasta interinamente.
Em outra citação a Bolsonaro, a PF afirma que as articulações para o monitoramento ilegal das autoridades, com o objetivo de eventualmente matá-las, começaram seis dias depois de o ex-presidente “ter analisado e realizado alterações” na chamada “minuta do golpe”.
Além disso, pesa contra Bolsonaro o fato de o documento com todo o cronograma operacional dos crimes ter sido impresso no Palácio do Planalto e depois levado ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.
Ministros ouvidos reservadamente pela CNN destacam que a relação entre Bolsonaro e os militares presos ficou bastante clara no relatório policial – e que a manifestação da PGR a favor das prisões demonstra que ele está ciente da gravidade desse vínculo.
Segundo a PF, após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, a organização queria dar um golpe de Estado – um planejamento que passava pela morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e também de Moraes.